Eu a conheci bela, nos seus trinta e cinco anos, mãe exemplar de duas crianças maravilhosas.
Uma profissional bem sucedida, esposa dedicada.
Ao se submeter a uma cirurgia, sofreu uma parada cardíaca, lesionando o cérebro, por falta de oxigênio.
Começava ali, para ela e seus familiares, uma nova etapa em suas vidas.
O olhar se tornou inexpressivo, parecendo vaguear em busca de algo.
Toda a família se agregou ao seu redor, buscando dar-lhe o respaldo necessário.
Mãe e irmãs, em rodízio constante, deixam seus lares para cuidá-la, na capital distante.
Marido e filhos buscam adequar seus horários para colaborar.
Seu lar foi transformado em um mini-hospital.
Enfermeiras e médicos, de áreas diversas, se esmeram em atendimento constante.
Anos se dobraram e a situação persiste.
Tornei a vê-la, depois de dezoito anos.
Linda na sua condição passiva, mostra uma fisionomia de serenidade plena.
Firmes, seus familiares, agora com a presença também do pai, mantêm um ritmo incomparável, na atenção às suas necessidades.
Nos mínimos detalhes, percebe-se a presença de um amor sem limites, que não se permite um só deslize.
Pode-se dizer que ela está impecável, na sua aparência bem cuidada, e no seu estado totalmente dependente.
* * *
A lei Divina é inexorável. Devedores do ontem, rudes expiações nos podem envolver.
As dificuldades podem se apresentar árduas, no entanto, a bondade Divina sempre nos providencia amparo, permitindo que, ao nosso lado estagiem amores desinteressados.
Colhemos de O Evangelho segundo o Espiritismo, a belíssima mensagem:
O amor é de essência divina. Desde o mais elevado até o mais humilde, todos vós possuís, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.
Como todos temos essa centelha Divina, basta que nos dediquemos a praticá-lo para que se multiplique.
O amor é base de todos os ensinamentos do Mestre Jesus, que o coloca na raiz de nossa felicidade, onde estivermos.
É um sentimento tão especial que Jesus nos pede para o oferecermos também, aos inimigos e adversários.
É por amor que Deus faz o sol nascer sobre os bons e os maus, sobre os justos e os injustos.
Jesus, por amor, renunciou à glória estelar, mergulhando nas sombras da terra, a fim de elevar o homem de sua pequenez à luminosidade solar.
É o amor que imprime no herói as marcas da mansidão e da justiça.
É o amor que levanta o campeão do trabalho, na edificação do bem geral.
É o amor que penetra a alma abrasada pela beleza e pelo bem, fazendo-a crucificar-se no ideal a que se entrega em regime de totalidade.
Sendo Deus o amor, por excelência, por sermos Seus filhos, Sua criação, em nossa essência somos amor.
Que essa fonte sublime jorre generosa de nós, permitindo que a sagrada linfa refresque os alheios sofrimentos.
O amor de Deus, que tudo vitaliza, é o apelo para que o nosso amor vitalize uns aos outros, nesta maravilhosa aventura da evolução.
Redação do Momento Espírita, com base em fatos; no item 9, do cap. 11
de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB e no
cap. 30, do livro Terapêutica de emergência, por Espíritos diversos,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 30.12.2016.
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