A vida de relação faz parte da nossa natureza. Foi colocada por Deus como uma lei natural para que através dela o ser humano, no relacionamento com os demais, apare as próprias arestas.
São os relacionamentos com o outro que nos oferecem as maiores possibilidades de conquistas e aprendizados para as coisas do coração.
Por essa razão, são desafios gigantescos.
Porque nos situamos em um processo de aprendizagem, num aprender-ensinar mútuos, as dificuldades acontecem de forma inevitável.
Quanto mais íntimo o contato, quanto mais próximo nos colocamos do outro, maiores são as possibilidades de atritos que, superados, oferecem o aprendizado necessário ao nosso crescimento.
De um modo geral, o início dos relacionamentos se mostra tranquilo e harmonioso.
Posto que ainda não aprofundamos laços, demonstramos ao outro e percebemos nele a parte social, agradável, como se fosse o nosso cartão de visitas.
Isso ocorre porque o tempo ainda não teve a oportunidade de apresentar situações mais variadas e complexas que os relacionamentos oferecem.
Dessa forma, nesse início, ainda conseguimos manter o bom trato social, esconder nossas limitações emocionais, permitindo que a relação se apresente leve e tranquila.
Entretanto, a convivência nos permitirá nos conhecermos melhor e conhecer ao outro.
Esse duplo viés, o de conhecer nossas dificuldades emocionais e o de perceber as limitações do outro, torna os relacionamentos humanos realmente desafiadores.
Contudo, esses são desafios que vale a pena serem enfrentados, algo que podemos chamar de um bom combate, pois com o aprofundamento do conhecimento próprio e do outro, amadurecemos nossas emoções.
Entretanto, muitos de nós, ante os primeiros percalços, não desejando investir o esforço necessário, optamos por desistir, abandonar a luta.
Então, nos desgastamos por questões de somenos importância, como uma palavra mal pronunciada, em momento indevido ou uma crítica mais contundente vinda do outro.
Nada que não pudesse ser deixado para equacionar logo mais, após madura reflexão e através do diálogo equilibrado a respeito do ocorrido.
E, os que assim procedemos, vamos substituindo amizades, trocando de parceiros, sem atentarmos que, muitas vezes, o problema maior pode estar em nós.
O problema de não conseguir aceitar negativas, de desejar que a nossa vontade prevaleça, que nosso desejo seja sempre realizado.
Bom lembrarmos que todo convívio requer constante investimento emocional.
E, todo relacionamento que se estabelece, seja no nível profissional, social, de amizade ou de afetividade íntima, é sempre imensurável convite da vida para o desenvolver de virtudes e valores nobres.
Será nos relacionamentos que aprenderemos paciência, que conquistaremos indulgência e compreensão, que exercitaremos o perdão.
Não nos iludamos com a existência de relacionamentos fáceis e prontos.
Guardemos, ao contrário, a certeza de que, com o devido investimento de esforços que façamos, eles oferecerão os frutos da maturidade emocional, do amor ao próximo, e do autoamor, fundamentais para uma vida feliz e saudável.
Redação do Momento Espírita.
Em 28.12.2016.
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