Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Porteiros do mundo

Para chegarmos ao mundo, pelas portas da reencarnação, contamos com profissionais que acompanham a gravidez e realizam partos.

São eles que seguram o bebê antes mesmo do que a própria mãe.

Há casos belíssimos e emocionantes contados por esses missionários, que poderíamos chamar de porteiros do mundo.

Conta, por exemplo, o doutor Eliezer Berenstein, que, apenas estudante de Medicina, preparava-se para fazer psiquiatria.

Certo dia, entrou na enfermaria e foi atender a uma paciente. Ele se apresentou e ela o surpreendeu com uma pergunta:

O senhor nunca sorri? Essa cara amarrada é sinal de algum problema.

A resposta dele foi de quem estava contrariado com a observação recebida: Estou bem, obrigado. A senhora é que deve estar com algum problema.

Por isso, vim examiná-la.

E foi levantando o lençol e o avental que a cobriam.

É recém-formado? - Insistiu a paciente.

Por quê? Perguntou preocupado.

É que estou nua, a porta está aberta e eu sou uma freira.

Bem, mas não se preocupe. Já fui parteira neste hospital. Convivi com muitos médicos e sei reconhecer um bom profissional.

O senhor será um ótimo obstetra.

O jovem médico, quase com prazer, a corrigiu, de imediato:

Eu não vou fazer partos, serei psiquiatra. E, agora, vou lhe prescrever um remédio.

O senhor tem mesmo um remédio para mim? Os médicos já me desenganaram, meu tumor cresceu demais...

Diz o doutor Berenstein que as palavras e o comportamento daquela freira, Irmã Madalena, o viraram do avesso.

No dia seguinte, tirou a barba, que o deixava parecido com Freud, e decidiu que seria obstetra.

Quando foi contar a novidade para Irmã Madalena, ouviu dela grandes lições.

O senhor tem mãos tanto para dar adeus quanto para dizer olá.

Tenha muito carinho com o primeiro parto que fizer, porque serei eu que estarei voltando.

Encerra sua narrativa o doutor Berenstein, dizendo que algum tempo depois de formado fez seu primeiro parto. Irmã Madalena já havia morrido.

Diz ele que chorou mais do que a criança, que era uma menina e acabou recebendo o nome de Madalena.

Daquele dia em diante ele não teve mais dúvida de que sua missão era ser obstetra. Um porteiro do mundo, como o denominara a freira.

*   *   *

Todo profissional que desempenha seu trabalho, com seriedade e dedicação, é um colaborador de Deus.

Seja calejando as mãos na lavoura ou criando sistemas sofisticados de informática; limpando feridas ou construindo edifícios; fazendo a higiene das ruas ou cultivando jardins, todos somos peças importantes dessa grande nave que chamamos Terra, e cujo administrador é Deus.

E, da mesma forma que devemos ser gratos pelos que nos conceberam e permitiram nascer, gratidão igualmente devemos expressar aos porteiros do mundo.

Será que sabemos quem foi o obstetra que nos recebeu neste mundo?

Aqueles de nós, mais idosos, possivelmente lembraremos da parteira da nossa cidade natal.

Aquela que visitava nossas mães grávidas e que, pequeninos, costumávamos dizer: Lá vai ela levando mais um bebê na sua valise.

Abençoadas mãos dos porteiros do mundo.

Redação do Momento Espírita, com base em
 artigo publicado na revista
Crescer, de maio/1999.
Em 17.10.2022.

 

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