Era sempre assim. O menino chegava na casa da avó e corria a pedir-lhe a bênção.
E, logo, vinha a pergunta: E, então, meu filho, o que anda fazendo?
Dando de ombros, o pequeno respondia depressa, como quem não quer ficar a dar explicações ou pensar no que deveria dizer: Nada!
Naquele momento, repetia sempre a boa senhora: É preciso ocupar bem o tempo. Deus nos deu as mãos e a mente para que as ocupássemos em coisas boas, o tempo todo.
Pouco ou nada entendia o garoto, na época.
Porém, anos passados, aquela advertência passou a soar como sabedoria. E, certo dia, encontrou em um livro uma pequena mensagem que veio ao encontro daqueles ensinamentos:
Cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade.
Cabeça ociosa é perigo à vista.
Mãos desocupadas facultam o desequilíbrio que se instala.
Grandes males são maquinados quando se dispõe de espaço mental em aberto.
Só então percebeu ele que quando nada se faz, o pensamento trabalha intensamente e quase sempre, o resultado são coisas tolas, inúteis...
* * *
Muitos de nós estamos envolvidos com tantas atividades que registramos o tempo a passar de forma muito rápida, como se estivesse a escapar por entre os dedos.
Mas, enorme ainda é o número dos que não empregam bem o tempo que têm, e até dizem que ele demora para passar.
E outros afirmam que há que se descansar também porque ninguém é de ferro.
Perfeitamente aceitável que o corpo necessite de repouso. Não foi por outro motivo que a Divindade instituiu que o corpo repouse, após certo período de trabalho, a fim de se recompor.
Descanso, no entanto, pode se dar de várias formas. Podemos descansar, alternando atividades.
Cansados fisicamente, podemos atender ao descanso dedicando-nos às artes, à escrita, algo que nos refaça.
Cansados mentalmente, podemos descansar realizando um trabalho físico: passear com as crianças, cultivar uma planta, brincar com o animalzinho de estimação, praticar esportes, varrer o quintal, lavar o carro.
Se surge uma hora vazia, no decorrer do dia, é saudável que a preenchamos com uma conversação ou atividade positiva.
Importante, no entanto, que seja algo que nos dê prazer, que nos enriqueça: o curso de um idioma diferente, o aprendizado de algo novo, o ensaio para uma habilidade manual...
E o que dizer de empregarmos esse tempo vazio ofertando-o em atividade voluntária, em benefício de algo ou de alguém?
Há tantos que aguardam uma mão amiga, um consolo, uma companhia, um esclarecimento.
Importante organizarmos uma lista de atividades do que desejamos realizar, para pormos em prática nas horas vazias.
Dessa forma essas horas passarão a nos enriquecer de tesouros de alegria e de paz.
Muitos males enfrentados nos dias atuais são reflexos da má distribuição do tempo que dispomos.
Valorizemos nossas horas. Enriqueçamos nossas vidas.
Redação do Momento Espírita, com pensamentos extraídos do
cap.8, do livro Episódios diários, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 3.12.2016.
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