Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Mãe, eis aí o teu filho

Ela era jovem, na flor da idade. Fora desposada por José, que a acolhera em fidelidade e amor. Numa tarde singela, após os seus afazeres, como num sonho, recebeu a visita de um mensageiro celeste.

Ave, cheia de graça, retumbou a voz angélica. Deseja nosso Pai que recebas, em teus braços, o Seu filho.

Maria teve um leve sobressalto. Mas redarguiu: Faça-se em mim, pobre serva, a vontade do meu Deus.

Os meses correram ligeiros. Em difícil viagem, José e Maria se dirigiram a Belém. Numa estrebaria simples, em meio aos animais, nasceu o Filho do Altíssimo e, numa manjedoura, foi acomodado.

A seu tempo, Maria viu o seu Jesus falar e caminhar, contou-lhe histórias, dEle cuidou. Porém, próximo aos trinta anos, Ele partiu. Chegara a hora de cuidar dos negócios do Pai Maior.

Doze amigos se uniram a Ele e, ao Seu lado, se puseram a caminhar. Maria ouvia rumores de que, na presença de seu filho, cegos voltavam a ver; surdos a ouvir e até aquele que era considerado morto, tornara a se levantar.

Seu coração de mãe enchia-se de temores. Os orgulhosos ressentiam-se daquilo que ensinava Jesus: o amor ao próximo, o perdão das ofensas. Lições nem sempre compreendidas, mas que transbordavam o mundo de luz.

Ensinando, doando-se, servindo, o Cristo semeava a paz. Quando Ele a visitava, Maria indagava: Que fazes, meu filho? E Jesus, terno e carinhoso: Eu cuido dos negócios de meu Pai.

*   *   *

Numa noite de angústias, João trouxe à mãe do Mestre o doloroso aviso: Acusam-no de colocar-se contra a ordem estabelecida.

Num julgamento injusto, foi condenado e ainda teve a multidão a gritar por Sua morte e pela soltura do celerado Barrabás.

Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe. Aos pés do filho crucificado, Maria recebe a Divina missão: ser nossa mãe, mãe de toda a Humanidade.

Mãe do Cristo, mãe de todos nós. Que por seu exemplo nos aproximemos de Jesus e possamos ouvir a sua voz.

*   *   *

É Natal. Ajustemos a acústica da alma para que ouçamos as vozes celestes a cantar: Glória a Deus nas alturas. Paz na Terra. Boa vontade para com os homens.

Contemplemos o Menino Luz que chega ao mundo para nos iluminar a jornada e para nos ensinar a chamar Deus de Pai.

Unamo-nos a Maria, a senhora do silêncio e da fé.

Junto a ela, recebamos Jesus na manjedoura de nossos corações.

Tudo para que o Natal se faça celebração íntima, na qual nos encontremos com o Cristo descrucificado, e presente na vida daqueles que O seguimos.

Presente na vida daqueles que O desconhecem. Daqueles que sofrem, dos que temem, dos que sentem fome, dos adoentados, dos que, arrependidos, buscam no olhar do Mestre o recomeço...

*   *   *

A Mãe Santíssima compreendeu a sua missão ao contemplar os olhos de seu filho.

A exemplo de Maria, busquemos o olhar de Jesus, a fim de atendermos ao seu convite: Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

Redação do Momento Espírita.
Em 1.12.2016

 

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