Se existe algo realmente certo, nesta vida, chama-se morte. Nenhum de nós, por mais rico, bonito, charmoso, bem-sucedido poderá se furtar a ela.
Ela não pede licença e não se importa se estamos programando nossa aposentadoria, a viagem dos sonhos, o casamento, a primeira gravidez, a formatura do filho.
Ela não olha idade, cor, nacionalidade. De forma que nos parece incoerente, muitas vezes, leva o jovem saudável e se esquece do idoso enfermo.
Segundo nosso conceito, arrebanha os bons e esquece os maus. Leva quem está começando a vida e deixa quem já se mostra um tanto cansado dela.
Muito democrática, ela mostra, em síntese, que todos somos iguais e temos um destino comum: a saída desta vida para outra levando nada a não ser nós mesmos.
Todos nossos bens ficarão por aqui, para serem usufruídos por outros, se tivemos a lembrança de os legar, antes de partirmos.
E, por maior seja o nosso status no mundo, ou o patrimônio que tenhamos, nada disso poderá comprar a nossa tentativa de não morrer.
Essa é uma realidade palpável, que se nos apresenta todos os dias, pois todos os dias temos notícias do ator que se foi, do amigo que partiu, do parente que morreu.
E, de uma forma paradoxal, a cada um desses eventos nos mostramos surpresos, como se fosse algo inusitado.
Por isso mesmo seria importante que, vez ou outra, nos detivéssemos a pensar um pouco sobre a nossa morte e a nossa imortalidade.
Pensando na transitoriedade de nossa vida na Terra, muitas das coisas pelas quais brigamos, disputamos, nos desentendemos, deixariam de ter importância.
Afinal de contas, de que nos valeriam mais algumas propriedades, uma conta corrente mais expressiva, alguns títulos cambiais se poderemos, logo mais, tudo deixar por aqui?
Mesmo que pensemos em legado aos nossos filhos, importante ter em conta que, mais do que tudo, devemos lhes oferecer os valores que não morrem, aqueles que o ladrão não rouba, nem a bolsa de valores pode destruir.
Também deixariam de ter valor nossas brigas infantis por tudo e quase nada; nossos comentários maldosos sobre essa ou aquela pessoa; nossas defesas por esse ou aquele ponto de vista.
Por esse motivo é que Jesus discorre na parábola sobre o homem rico que, tendo muitos frutos para colher, planejou derrubar os seus celeiros, construir outros maiores e ali recolher todos os seus bens.
E, feliz, diria para si mesmo: Tenho muitos bens para muitos anos. Então, descansarei, comerei, beberei e terei prazeres.
Mas, conclui o sábio Mestre, Deus lhe disse: Louco! Esta noite mesmo te pedirão a alma. E tudo o que tens, para quem irá?
Por tudo isso, exercitemos a humildade porque, afinal, não sabemos se o próximo instante será o do mergulho para o outro lado.
Nenhum de nós sabe se adormecerá hoje e não tornará a abrir os olhos, sobre esta Terra.
Como bem afirmou Jesus: A hora somente Deus o sabe.
Pensemos nisso e vivamos como quem tem plena consciência da sua passagem rápida sobre este bendito planeta.
Redação do Momento Espírita, com base
no capítulo 12, do Evangelho de Lucas.
Em 8.12.2016.
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