Para enfrentar os embates perante a vida, temos fé ou temos esperança?
Não raras vezes, fé e esperança são palavras que caminham juntas em nossas rogativas, em nossos sentimentos e apelos.
Utilizadas, de forma comum, quase como sinônimos, ou como causa e consequência, indissociáveis mesmo, não raro se confundem, nos dizeres populares.
Porém, sempre haveremos de ter fé quando temos esperança?
Ou será a esperança a mãe da fé?
A esperança é pautada no desejo, na vontade de que algo aconteça, de que determinada situação efetivamente ocorra.
Para termos esperança, não se faz necessária a fé.
A esperança nasce dos nossos corações confiantes, alegres, quando acreditamos que o melhor pode acontecer, e que há sempre a possibilidade de buscar aquilo que desejamos.
Origina-se de um estado de espírito otimista, de uma vontade de que as coisas aconteçam, conforme desejamos, de que tudo se arranje da melhor forma.
Quando afirmamos que a esperança é a última que morre, é que temos o conceito de que ela é a mola propulsora, o combustível a guiar nossos sonhos e nossos ideais.
Por sua vez, a fé nasce do entendimento de que em tudo na vida existe um porquê e um motivo preestabelecido.
Quando pautada pela lucidez da reflexão, oferece-nos a capacidade de encarar os problemas da vida, a qualquer tempo, com clareza e entendimento.
Construir nossa fé à luz da razão, evitando posições dogmáticas e inquestionáveis, com lucidez a respeito das leis de Deus, nos irá oferecer sustento e coragem em qualquer momento da caminhada.
A fé é esse sentimento, essa certeza que se pauta e se instaura a partir do conhecido e constrói pontes para o campo do desconhecido.
Ela se sustenta naquilo que sabemos, para nos conduzir frente ao incerto, ao ainda ignorado.
Assim, a esperança nasce de um sentimento e uma vontade de que tudo se encaminhe e se concretize da melhor forma, mesmo nas circunstâncias mais desfavoráveis.
A fé, contudo, nasce do entendimento de que não há efeito sem causa, e de que Deus é a causa maior de tudo.
Nasce também da compreensão de que, sendo Deus amor e justiça, tudo que dEle provém é amorosidade e cuidados, para nós, os Seus filhos.
Assim entendendo, não seremos apenas crentes em Deus. Guardaremos a certeza de que o Pai e Criador estará sempre a zelar por nós.
Se hoje ainda não compreendemos alguns dos rumos de nossa vida é porque nos faltam informações, subsídios para isso.
No entanto, Deus, tudo sabendo e nos conhecendo, nos oferece sempre as melhores lições, as oportunidades para o bom combate e aquisição das experiências mais necessárias para nosso progresso e felicidade futura.
Dessa forma, a chama da esperança será duradoura, na medida em que ela se alimentar do combustível da fé. E ganhará raízes sólidas, sustentada por nossa fé raciocinada.
E será essa fé, a fé lúcida, que sempre nos indicará rumo e roteiro frente a qualquer embate que a vida nos apresentar.
Redação do Momento Espírita.
Em 11.11.2016.
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