Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Repartindo o pão

O animal foi abandonado num ferro-velho. Logo foi adotado pela senhora, que ali reside e trabalha. E foi juntar-se aos demais cães, gato e galinha, igualmente adotados, um a um.

Os filhotes que nasceram foram doados. Mesmo assim, a fome logo visitou Lilica, a recém adotada.

O coração daquela senhora era bem maior do que as suas condições financeiras e, com parcos recursos, difícil ter alimento para tantas bocas famintas.

Então, começou a peregrinação da cadela esperta. No cair da tarde, início da noite, ela começou a sair de casa em busca de alimento. Seu destino: a cidade próxima, cerca de dois quilômetros de distância.

Vendo-a a revolver o lixo, próximo à sua casa, a professora Laura resolveu oferecer alimento para Lilica.

Espantada, observou o estranho comportamento da cadela que, apesar de aparentar ter muita fome, comeu um pouco, depois abocanhou a sacola plástica, onde estava a comida e foi embora.

No dia seguinte e no outro, a cena se repetiu. Então, Laura passou a ficar sentada, esperando Lilica comer. Quando percebia que ela estava satisfeita, fechava a sacola, para que a comida não caísse pelo caminho.

Curiosa, depois de algum tempo, resolveu seguir o animal. Para onde iria? Para quem estaria levando a comida?

Surpresa, viu a cadela adentrar o ferro-velho e deixar cair a sacola, para que os cães, o gato e a galinha igualmente se alimentassem.

*   *   *

Um animal. Um gesto de solidariedade. Um exemplo para muitos de nós que deixamos de pensar no outro, que não nos preocupamos com a necessidade alheia.

É de nos perguntarmos quando foi que deixamos de comer um tanto mais a fim de oferecer a quem tem fome.

Quando foi que nos privamos de algo para oferecer a quem sofre alguma carência.

Quando foi que, tendo o alimento no prato, pensamos em quem padece fome e nos propusemos a saciá-la.

A atitude de Lilica nos leva a reflexionar. Se um animal faz isso, quanto mais nós, humanos, podemos e devemos fazer pelos nossos irmãos.

Das anotações do Evangelista Mateus, colhemos as palavras do Mestre Jesus: Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me acolhestes; estava nu e me vestistes; estava enfermo e me visitastes; estava na prisão e me fostes ver.

E finaliza, asseverando: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.

Com certeza, em reconhecendo Jesus em um transeunte, O iríamos atender, plenos de compaixão, porque somos apaixonados por Aquela figura ímpar, todo amor e bondade.

Contudo, o que necessitamos aprender é ter olhos de ver. Ver em cada necessitado o próprio Cristo. Exatamente como escreveu a poetisa Auta de Souza, encontrar o Cristo soberano em cada ser que chora.

Pensemos nisso. Coloquemos nosso coração em ação, através das nossas operosas mãos.

Tracemos um roteiro de auxílio a quem padece. Aprendamos a ver a necessidade onde ela se esconde. Atendamos ao nosso irmão a fim de que, neste abençoado milênio em que nos encontramos sobre a Terra, espanquemos a miséria, a dor, a fome.

Juntos, conseguiremos. Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em fato,
 ocorrido na cidade de São Carlos, SP, veiculado pela
 TV Globo e com citações de versículos do cap. 25, do
 
Evangelho de Mateus.
Em 10.11.2016.

 

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