Que felicidade da avó receber, para o almoço de domingo, seus oito netos.
Quatro meninos e quatro meninas encantadores, entre três e dezoito anos.
Depois do almoço, ela se aninhou no meio deles, para saber as novidades.
Foi um alvoroço de vozes entusiasmadas.
Variavam as conquistas efetuadas nos últimos meses.
A pequenina exibia sua motoquinha, pedalando pelos corredores do apartamento.
O mais velho, iniciando curso superior em cidade próxima, havia passado em primeiro lugar, em exame seletivo para um trabalho, que o ajudaria a se manter.
A adolescente com os olhos brilhando, faria parte do grupo de médicos do humor.
Os dois meninos maiores, em novo período escolar, felizes com a nova escola, novos professores e amigos.
As duas irmãzinhas falavam da próxima festa escolar, onde se apresentariam caracterizadas.
O pequerrucho, que começara frequentar a creche, relatava as carinhas de avaliação, que recebia no final do dia.
Foi quando um dos maiores disse que tinha muito orgulho de sua família.
Nesse momento, seus pais se reuniram ao grupo.
Então vovó pediu licença, e foi buscar alguns álbuns de fotos.
Disse que eles iriam conhecer mais sobre aquela linda família.
Fotos do casamento da vovó e vovô, dos pais das crianças, dos bisavós, dos trisavós, de tantos outros parentes.
E ela contou histórias que faziam a ligação entre as gerações e as pessoas que ali se encontravam.
Que brilho nos olhos atentos!
Que vibração de felicidade no ambiente!
* * *
Em uma época atribulada, como a que vivenciamos, o tempo passa muito rápido.
É sempre importante dedicarmos um tempinho para oferecer aos nossos amores, um programa diferente de seus celulares e Smartphones.
A nova geração chega a um ambiente tão árido de afeições e convívios, que precisamos aprender a captar suas necessidades.
O vazio de contatos mais profundos pode levá-los a fugas.
Muitos mergulham nos seus aparelhos virtuais para se isolar da solidão íntima que os atinge.
Horas seguidas em busca de algo que um aparelho, por mais sofisticado, não lhes pode oferecer.
Buscam respostas a seus assuntos íntimos, e não as encontram.
Mergulham em quiméricas soluções, que não os preenche.
Contatam variedades infindáveis de receitas, em busca de melhor vida, mas não encontram.
Anseiam por alguém que os compreenda, mas todos estão atribulados com seus próprios problemas.
Se hoje os adultos se sentem alheios e alijados no meio em que vivem, que não se pode dizer de nossos jovens e crianças.
De primordial importância que lhes ofereçamos mais atenção, carinho e participação, para não nos surpreendermos mais tarde.
A falta de diálogo causa fome existencial.
Convidemos nossos filhos para uma volta na praça. Sentemo-nos próximos a eles e ofereçamos nosso contato carinhoso.
Rolemos na grama, abraçados às nossas crianças.
Balancemos na rede junto a eles, afagando-os com carinho.
A falta de contato físico causa fome emocional.
Saibamos oferecer a bênção da aproximação.
Alimentemos, com nosso amor, essa fome moderna.
Redação do Momento Espírita.
Em 5.11.2016.
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