Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Chama-se saudade...

O calendário anunciava um dia como tantos outros.

Não havia nenhuma marcação especial.

Não era feriado, nem se tratava de uma data utilizada para qualquer comemoração específica.

Seria um dia comum. Mas não para todos.

Em alguns corações aquele dia era diferente.

Se ela ainda vivesse entre nós seria o dia do seu aniversário.

Quantos anos?

Isso pouco importava.

Na realidade, o dia do seu aniversário fazia com que a lembrança dela se tornasse ainda mais viva e mais forte.

Trazia à tona recordações de outros anos, em que tanta festa se fazia para homenageá-la.

Sem muito esforço era possível nos recordarmos de surpresas, de sorrisos e de abraços afetuosos.

Tantas lembranças alegres!

Quanto carinho expressado e, ao mesmo tempo, quantas oportunidades perdidas de enaltecer o afeto que ainda sentimos.

Por isso, hoje a sua falta parecia mais intensa, como se fosse uma brasa reavivada por uma brisa súbita.

Agora que os anos se sucediam, após sua partida, nós quase nos atrevíamos a crer que não mais choraríamos de saudade.

Pensávamos que a falta dela já era algo incorporado às nossas vidas, apenas como uma cicatriz em nossa memória.

Mas era um engano.

A ausência dela haveria e há de ser para sempre uma presença muito forte nos nossos dias.

Isso, esse vazio, essa dor que por vezes nos invade e nos tortura, chama-se saudade.

E se lágrimas se atrevem a molhar nossos rostos agora, é porque os amores que partem continuam sempre presentes.

É porque jamais esqueceremos daqueles que verdadeiramente amamos.

Nada, nem o tempo, nem mesmo a morte, é capaz de modificar tal verdade.

*   *   *

Quando seres queridos abandonam este plano da vida sentimos como se uma parte de nós próprios nos fosse arrancada.

A sensação de dor é inevitável e natural em uma circunstância como essa.

Afinal, por mais preparados que estejamos, em relação à morte, por mais que saibamos das verdades a respeito da sobrevivência dos Espíritos, a separação é sempre dolorosa.

Sabemos que, por um período inestimável, estaremos distantes fisicamente daqueles que se foram.

Sabemos que nossas vidas terão outras companhias, outras rotinas, distintas das que tínhamos até então.

Sabemos que teremos que prosseguir mesmo assim, apesar da saudade que, por vezes, nos maltratará.

É normal que soframos e que as lágrimas se façam nossas companheiras por um período maior ou menor.

O que não podemos fazer, no entanto, é nos entregar ao desespero ou à revolta.

Quando nada pudermos fazer para alterar uma realidade que nos infelicita, devemos encará-la com coragem e com o desejo sincero de merecer algo melhor.

Se nossos amores partiram, precedendo-nos no outro plano da vida, cabe-nos orar por eles e aguardar de modo confiante pelo reencontro futuro.

*   *   *

Se por um lado a saudade dilacera-nos a alma, fazendo-nos verter lágrimas sentidas, por outro aspecto representa uma prova inequívoca de que os que se foram continuam sendo importantes para nós.

Assim, abençoada seja a saudade que aproxima de nossos corações, pela lembrança constante, aqueles que amaremos para sempre, apesar do tempo e do espaço.

Redação do Momento Espírita, baseado
 em texto de autoria ignorada.
Em 2.11.2016.

 

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