Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Que eu não tenha medo

Que eu não tenha medo de descobrir;

Que eu não tenha medo de ser descoberto;

De clamar e de sorrir.

Não tenha medo de fazer o certo.

 

Que eu não tenha medo de me expor;

De falar a verdade e de mudar o que penso.

Que eu não tenha medo de suportar a dor;

De jurar lealdade, de ouvir o bom senso.

 

Que eu não tema o ser que ainda sou,

Nem as máscaras que vou tirando;

Nem o lar para onde vou,

Nem as páginas que vou virando.

 

Que eu não tema chuva, tempestade, trovão;

Saiba ver adiante: calma, bondade e razão.

Que eu não tema os maus – todos voltam ao Pai.

Que eu não tema o mal – a ignorância um dia se esvai.

 

Que eu não tema mais...

 

O medo é um dos gigantes da alma. Gigante que nos aturde, nos aflige, que tira a razão de ser de nossa existência.

O medo paralisa, o medo é uma força que não nos deixa andar.

E são tantos nossos temores...

Medo de dizer a verdade; medo de falar em público; medo de assumir que errou; de expressar o que sente; de mudar de posição; de mudar de emprego; medo de amar.

O Espírito Joanna de Ângelis afirma que na base de todos os medos, existem seis: medo da morte; medo da velhice; medo da pobreza; medo da doença; medo da crítica e medo da perda de seres amados.

Se formos fazer uma análise mais profunda eles estão, sim, na nascente de todos nossos temores do dia a dia, desde os declarados aos mais secretos, às vezes até desconhecidos por nós.

E são eles que têm nos impedido de viver por completo, que têm nos feito impossível, por vezes, uma vida de entrega: entrega à uma causa, entrega ao outro, entrega aos nossos próprios princípios e valores.

Pois quem teme vive pela metade. Quem teme em demasia fica a observar a vida pela janela, perdendo a oportunidade de respirar o ar puro lá de fora.

Simão Pedro, por medo dos poderosos do seu tempo, negou o amigo que o amava e a quem amava.

Judas, por medo de que Jesus não levasse a cabo os compromissos assumidos, vendeu o Benfeitor.

Os beneficiários das mãos misericordiosas do Mestre, por medo se omitiram, quando Ele foi levado ao holocausto.

Pilatos, por medo, indeciso e sem coragem, lavou as mãos quanto à vida do justo.

E Anás, Caifás, a multidão, com medo do homem livre, resolveram crucificá-lo.

Ele porém, não teve medo.

*   *   *

Pensa e busca-O nos momentos em que te sentires invadido pelo medo.

Inspira-te na coragem do Mestre e pede para que possas ter pelo menos uma pequena parte dela.

Reflita. De onde vinha tal coragem? No que pensava Jesus para ser portador de tal bravura em todos os momentos, em todos os desafios?

Verás que quando se tem o amor radiante na alma, não há espaço para a escuridão do medo. Quando se ama só há confiança plena, certeza em forma de fé, fé em si, fé no futuro e fé em Deus.

Assim, ama e confia e não haverá mais medo em teu Espírito imortal.

Redação do Momento Espírita, com base no poema
Que eu não tenha medo, de Andrey Cechelero.
Em 29.9.2016.
 

 

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