Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Onde moram nossos sonhos?

Onde as pessoas guardam seus sonhos? Onde cada um deposita seus sonhos, desejos e planos futuros?

Não há quem não tenha os seus sonhos guardados, alimentados com o tempero dos desejos futuros, da realização daquilo que elegeu como importante e significativo.

E, nessas opções por aquilo que é significativo, está a busca pela felicidade, que todos trazem na alma.

Assim, resta entender o que se tornou significativo e importante para cada um de nós ao longo da vida. Ao conseguir responder esta pergunta, se saberá onde se tem guardados os sonhos futuros, os planos a se realizarem, o caminho para a felicidade.

Há aqueles que sonham em ganhar uma grande soma em dinheiro, imaginando aí a possibilidade de não precisar mais trabalhar e viver a vida a usufruir prazeres que o dinheiro possibilita. Então serão felizes.

Para esses é necessário perguntar se vale a pena sonhar com o dia de parar de trabalhar. Ou se melhor seria buscar o trabalho que lhes permita sonhar.

Outros sonham em poder comprar tudo que desejam. São aqueles que investem seus planos futuros na possibilidade de consumir, imaginando assim suprir seus desejos de realização íntima, sua construção da felicidade.

A esses, melhor seria perguntar se a felicidade realmente combina com o ter e o consumir.

Vê-se que, após realizado o desejo de consumo, após comprado o objeto dos sonhos, novamente lançam outro sonho e objetivo de compra, andando sempre em busca de uma felicidade que não se completa.

Outros mais tentam construir sua felicidade na realização do sonho alheio, daquilo que a sociedade, o parente, o vizinho ou a televisão diga que é importante ou é de valor.

São aqueles que escolhem o emprego pelo status social ou pelo salário. Casam-se pelas conveniências sociais ou pela beleza física para, logo mais, perceberem ser efêmeras essas opções, que se dissolvem rapidamente no tempo.

O médico e escritor Roberto Shinyashiki conta que, quando trabalhou com doentes terminais, sempre procurava conversar com eles na hora da morte.

E, para sua surpresa, a maior parte deles implorava ao médico para não deixá-los morrer, pois se haviam sacrificado a vida inteira e agora desejavam ser felizes.

Foi aí que o médico percebeu que a felicidade é feita de pequenas coisas, pois, conclui ele, ninguém, na hora da morte se arrepende por não ter aplicado o dinheiro em imóveis.

Constatamos pois que a felicidade não será a realização de um sonho, mas, mais importante do que isso, a felicidade se constituirá das opções que se faça e dos sonhos que se escolha para sonhar.

*   *   *

A felicidade será sempre o caminhar, o estado de espírito que se escolher e as estradas que se eleger para transitar ao longo da vida.

Redação do Momento Espírita, com base em entrevista
de Roberto Shyniashiki, publicada na Revista
Isto é,
número 1.879, de 19.10.2005.
Em 17.10.2016.

 

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