Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Não sei...

Algumas pessoas passam pela vida perguntando se vale a pena tanto sofrimento...

Se tanta correria vai nos levar a algum lugar, nesse curto tempo de uma vida.

Se o desamor e a miséria, que nos rodeiam, merecem nosso esforço por algo, ou alguém, ainda hoje.

Se a vida que temos nos levará a sentirmos mais paz e alegria, algum dia.

Muitas são as nossas dúvidas, quando desprovidos de conhecimentos maiores.

Diversas inquietudes nos movimentam a mente que se encontra sem um porto seguro.

A incredulidade cria forças frente aos desatinos que se presencia a todo instante.

Por vezes, temos a impressão de que deve existir algo mais positivo, mas não registramos claramente, ainda.

Sentimos ter recurso valioso, em nosso interior profundo, mas vivenciamos tudo, automaticamente, no exterior.

E, por esse não entendimento da vida e do tempo, nos equivocamos.

Em muitas oportunidades, amamos apenas aos que nos amam, e deixamos às margens de nosso querer, outros que caminham ao nosso lado...

Auxiliamos a quem nos auxilia, e nem observamos os que choram suas necessidades em nosso caminho...

Oferecemos aos nossos filhos o melhor que sabemos, temos, e podemos, e ignoramos a criança faminta que pede um pão...

Tantas dúvidas permeiam nossos dias na Terra...

*   *   *

Somente quando a vida nos leva a reflexões maiores, passamos a compreender o seu real sentido.

Aprendemos que a realidade que somos e vivemos, é uma grande oportunidade de crescimento interior.

Nada de bom ou de ruim nos chega por mero acaso, desde que acaso não existe nos planos Divinos.

Aprendemos que o sofrimento é lição para a alma se aprimorar, na grande e libertadora escola da vida.

Que a solidariedade nos faz mais felizes ao vermos a alegria no olhar do irmão atendido.

Que nosso gesto de carinho para quem sofre nos inunda de sentimentos até então desconhecidos.

Que a oração que elevamos aos céus nos deixa mais leves e satisfeitos com a vida que temos.

*   *   *

Compreender o real sentido da vida nos leva a sair de nós mesmos e seguir ao encontro do outro.

A exigirmos menos de tudo o que nos cerca e a darmos mais do que possuímos.

A valorizarmos o que antes não percebíamos e a deixar de lado o que nada nos acrescenta.

A nos preocuparmos mais com o que fazemos e menos com o que os outros fazem.

E, a percebermos que o que fazemos na vida e da vida, é responsabilidade nossa. Aquilo que o outro faz é problema dele.

Enfim, a entendermos, mais e melhor, as palavras da grande poetisa, Cora Coralina, quando registra:

Não sei... Se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura... enquanto durar.

Redação do Momento Espírita,
com transcrição de versos da poesia
Não sei,
de Cora Coralina, disponível no site
 
http://www.tempodepoesia.name/naosei_cc.htm
Em 23.9.2016.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998