Na Sua infinita bondade, Deus providenciou que nosso corpo fosse feito maravilhosamente, com sentidos que nos ajudam a perceber Suas obras e ter prazer com elas.
Se estamos ouvindo esta mensagem, é porque somos dotados do sentido da audição.
Graças a essa preciosidade, podemos notar as nuances de tom de voz de uma pessoa querida, o sussurro do vento entre as árvores, o farfalhar das folhas caídas, roçando o chão, a risada gostosa de uma criancinha.
E quantas emoções nos são propiciadas graças à audição? A doçura da canção de ninar, o encanto de uma sinfonia, a cadência ritmada dos versos de um poema, uma declaração de amor.
Mas Deus, que nos criou no íntimo de nosso ser e nos teceu no ventre de nossa mãe, nos brindou ainda com o sentido da visão.
É Ele que nos proporciona momentos agradáveis de contemplação da natureza.
Graças à visão, nos extasiamos com as bochechas coradas de uma criança feliz; com a chuva caindo sobre os campos; o vermelho, dourado e violeta do pôr do sol; a escala de cores do arco-íris.
Tudo graças ao olho humano, que é capaz de distinguir mais de trezentas mil cores!
Artefato inimaginável, próprio de um Deus infinito em Seus atributos.
Um Deus que se esmerou ainda mais e nos deu o olfato, que nos permite distinguir uns dez mil odores: o aroma da nossa comida favorita; o delicado perfume da violeta, que se distingue do jasmim, do cravo, da sutileza da camélia, da exuberância da lavanda.
Quem já não se extasiou com o cheiro da terra molhada pelas primeiras gotículas da chuva?
E que se dizer, então, do tato? Esse sentido que nos permite sentir a brisa suave no rosto, o abraço caloroso de quem amamos...
O tato que nos permite sentir o aveludado pelo do gato manhoso, que se espreguiça na tarde quente. Também a aspereza da lixa e a suavidade de uma fruta.
E basta que demos uma mordida numa fruta para que entre em ação o paladar. Nossa boca é inundada por uma mistura de sabores sutis, à medida que as papilas gustativas captam a sua complexa composição química.
De fato, temos motivos de sobra para exclamar com o salmista: Quão abundante é a Tua bondade, ó Deus!
* * *
É bom que pensemos a respeito dessas preciosidades que são os nossos cinco sentidos para que os utilizemos de forma mais plena.
Portanto, que nossos olhos saibam descobrir a beleza, o encanto da manhã que se lança, luminosa, espancando a noite.
Que nossos ouvidos se aprimorem na captação dos sons mais delicados, descobrindo a gota que cai, devagar, escorrendo da nuvem preguiçosa, o canto longínquo de alguém saudoso...
Que nosso olfato se detenha na descoberta de aromas sempre novos que a natureza oferece.
Que nosso tato se aprimore no abraço, na carícia, no aperto de mão espontâneo e fraterno.
E, quando estivermos à mesa, sentindo o sabor que nos causa prazer, lembremos de Deus e aprendamos a louvá-lO enquanto nos deliciamos com a pizza, o cachorro-quente, o sanduíche predileto, o sorvete, o arroz com feijão.
Aprendamos a agradecer ao Pai por nos ter oferecido, para nosso prazer na Terra essas cinco gemas preciosas.
Pensemos nisso hoje, amanhã e sempre.
Redação do Momento Espírita, com
citação do Salmo 31, versículo 19.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 32, ed. FEP.
Em 26.3.2018.
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