O ser humano, em geral, é muito resistente a mudanças.
O adulto tenta ser natural, embora sempre com um pezinho atrás.
O adolescente, quando não descontraído, é quem mais se encolhe.
As crianças, de modo geral, aceitam melhor e se adaptam.
Enfim, a grande maioria de nós, sempre que levados a determinadas mudanças de rumo, nos sentimos como quem fica sem chão.
Hábitos, costumes, pessoas e situações diferenciadas nos deixam arredios e desconfiados.
Isso não deveria acontecer com tanta frequência, porque somos seres sociais.
No entanto, ao chegarmos a novo bairro, cidade, Estado ou país, nos sentimos verdadeiros ETs.
Elegemos uma espécie de solidão, um escudo invisível para evitarmos aproximações.
Quase nunca nos questionamos sobre essa situação, não buscamos o porquê da tal sensação.
Medo? Insegurança? O que move nosso interior?
* * *
Recentemente, nos encontrávamos em um grupo de vinte pessoas, quando se aproximou uma jovem senhora, bastante retraída, a princípio.
Participávamos de estudo evangélico, que deveria se iniciar em poucos minutos.
Fomos ao seu encontro, demos-lhe as boas vindas, e a convidamos a sentar-se.
Ela olhou para todas, timidamente, cumprimentando com a cabeça e, baixando os olhos, sentou-se ao nosso lado.
Estava ainda silenciosa quando lhe perguntamos o nome e a apresentamos.
Falou pouco durante o tempo em que ali estivemos, mas buscamos familiarizá-la ao ambiente.
Ficou feliz, e disse que não se adaptara ainda à cidade.
Havia sido transferida por motivo profissional, há poucos dias. Passando em frente ao local, fora atraída por alguns painéis, resolvendo entrar.
Nos dias seguintes, continuou a vir e as amizades foram se concretizando.
Com o tempo, tornou-se excelente companheira de estudos e de voluntariado.
Foi uma experiência enriquecedora, que nos permitiu constatar a importância de sermos solidários com quem se sente solitário.
* * *
Neste mundo, podemos escolher entre nos afundarmos em solidão ou nos aproximarmos das pessoas para convivermos.
Não esquecer que fomos feitos para viver em sociedade.
A nossa realidade, nos mais variados ramos da vida, nos faz totalmente dependentes uns dos outros, o que favorece a aproximação.
Embora a timidez nos leve a determinadas situações, busquemos vencê-la e sejamos os primeiros a procurar o outro.
Não esperemos ser notados para obtermos um pouco de atenção, e termos alguém interessado em nos ouvir.
É muito fácil e importante perceber que se desejamos que as pessoas se aproximem, nós devemos tentar o passo inicial.
Quando aprendemos a olhar o mundo com certa abertura de espírito e compreendemos o valor da solidariedade, tudo muda ao nosso redor.
Busquemos confraternizar, nos aproximar dos que nos cercam, oferecendo nossa presença, nossa amizade.
Jesus nos ama sem limites, e prossegue, como sempre, de braços abertos.
Sigamos o Seu exemplo. Observemos com atenção as possíveis necessidades dos que se nos aproximam, ajudando como pudermos.
Sejamos solidários, projetando luz, paz, alegria, conquistando felicidade e progresso.
Redação do Momento Espírita.
Em 10.9.2016.
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