Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A paz
 

Certa vez, houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.

Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.

O primeiro retratava uma imensa pastagem, com lindas flores e borboletas que bailavam no ar, acariciadas por uma brisa suave.

O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve, em meio ao azul anil do céu.

O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar, em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.

Para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.

Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos questionaram o juiz que deu o voto de desempate:

Como este quadro tão violento pode representar a paz, sr. Juiz?

E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:

Vocês repararam que, em meio à violência das ondas e à tempestade, há numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?

E os pintores sem entender responderam: Sim, mas...

Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:

Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, nos permite repousar tranquilos.

*   *   *

Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender.

Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.

Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro, que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.

A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.

A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.

É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.

Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas adentro da sua intimidade.

*   *   *

Um dia, A paz vestiu-se de Homem e conviveu com a Humanidade sofredora e aflita.

Conservava-Se em paz mesmo diante das situações mais turbulentas e assustadoras.

Agredido, manteve-Se sereno.

Caluniado, exemplificou tranquilidade.

Diante da tempestade no mar, pediu calma.

Pregado na cruz, permaneceu em paz.

Todavia, antes de partir teve ensejo de dizer:

A minha paz vos deixo, como exemplo.

A minha paz vos dou, como modelo a ser copiado.

 

Redação do Momento Espírita, baseada em história recebida
 pela Internet, intitulada A paz, sem menção ao autor.
Em 17.07.2009.

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