Não são raras as declarações de algumas pessoas quanto ao medo de morrer.
Não se trata apenas do receio de que algum ser amado morra, mas sim delas próprias abandonarem, em definitivo, o corpo de que se valem nesta existência.
A morte é um processo natural em todos os níveis da vida física.
As plantas brotam, florescem, murcham e morrem.
Os animais nascem, se reproduzem e também morrem.
Os elementos químicos passam por diversas transformações, em virtude das mudanças de pressão e de temperatura, alterando seu estado inicial para outro, incessantemente.
Também nós, seres humanos, estamos sujeitos a essa transformação.
E a morte nada mais é do que uma transformação. Não é o fim. É uma passagem para uma nova etapa.
O corpo físico perecerá, como sucedeu com outros dos quais nos valemos em passadas existências.
Mas, nossa individualidade, nossa essência, jamais deixará de existir.
Somos Espíritos imortais, criados por Deus, simples e ignorantes.
Nosso destino é a felicidade, que só poderá ser alcançada por meio do crescimento, fruto natural de nossos estágios no corpo físico.
Não há lugar para o acaso na existência humana.
Deus não é um jogador de dados a distribuir alegria e tristeza, saúde e enfermidade, vida e morte, aleatoriamente.
Existem leis instituídas pelo Criador que determinam a evolução das criaturas, oferecendo-lhes experiências compatíveis com suas necessidades.
Uma delas é a da reencarnação, possibilitando-nos viver múltiplas existências na carne, tal qual alunos internados num educandário, periodicamente, para aprendizado específico.
O medo da morte decorre, em geral, da falta de informação.
Somente nos livraremos em definitivo de temores e de dúvidas quando nos ajustarmos às realidades espirituais.
Espíritos eternos, por ora encarcerados na matéria, não podemos esquecer que nossa morada definitiva situa-se no plano espiritual.
As dificuldades e limitações existentes, em mundos densos como a Terra, funcionam como lixas necessárias a aparar nossas imperfeições mais grosseiras.
Nossa existência não é uma estação de férias que possa ser marcada pela indiferença e pela acomodação.
Desenvolvamos a consciência de eternidade, reconhecendo que não somos meros aglomerados celulares dotados de inteligência, surgidos no berço e aniquilados no túmulo.
Existíamos antes do berço e continuaremos a existir depois do túmulo.
Deixemos de lado as ilusões e busquemos os valores inalienáveis da virtude e do conhecimento, nosso passaporte para as moradas ditosas no infinito.
É difícil definir quando seremos convocados para o Além.
A morte, quase sempre, surpreende. Ninguém sabe como e quando virá.
O ideal é estarmos preparados, vivendo cada dia como se fosse o último, aproveitando o tempo que nos resta nesta existência, no esforço disciplinado e produtivo em favor da edificação humana.
Mantenhamos nosso passaporte em dia. Afinal, mais cedo ou mais tarde, ele nos será exigido pela nossa própria consciência, no momento da inevitável partida.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Por que morrem as flores e
no cap. Passaporte, do livro Quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti,
ed. CEAC.
Em 20.7.2016.
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