Possivelmente um dos vocábulos mais utilizados por nós seja amor.
A indústria cinematográfica, de um modo geral, distorceu a essência do amor ao torná-lo emocional e sexualizá-lo, em vez de transmitir a sua mensagem autêntica.
Os gregos usavam o substantivo ágape para descrever o amor incondicional. Amor que nada exige em troca.
Quando Jesus se refere ao amor refere-se ao amor ágape, um amor que se expressa pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor.
Isso nos remete ao conceito de que amor é o que se faz, muito mais do que o que se sente.
O amor deve ser expressado, demonstrado. Alguns de nós, costumamos dizer: Amo você.
E repetimos a frase, em muitas ocasiões. Contudo, a pessoa que ouve a frase, nem sempre se sente verdadeiramente amada.
Exatamente por isso: o amor exige ação. Exige que, ao passarmos por uma banca de flores, o olhar encantado nos remeta à lembrança do ser amado.
E, por isso, paremos, compremos, mesmo que seja somente um botão da mais expressiva flor para levar, em mãos, surpreendendo a quem amamos.
O amor nos pede que sejamos gentis. Que, no meio da manhã, sem motivo algum, simplesmente enviemos uma mensagem: Pensei em você, neste momento.
Somente para aquecer o coração amado.
Ou, que telefonemos para dizer, poucos minutos depois de sair de casa: Olá, tudo bem? Já estou com saudades. Inté.
O amor nos leva a levantarmos mais cedo, em um dia qualquer, prepararmos um café especial e nos demorarmos à mesa, um pouco mais do que o habitual, somente para usufruir do encantamento a dois ou com a família toda, os preciosos filhos.
Amar é sair a passear, sem hora para voltar, a não ser quando o sol resolver se recolher e a noite nos convidar ao repouso.
É ensinar as crianças a andar de bicicleta, insistir com o pequeno que tente se equilibrar sem as rodinhas acessórias e gritar de felicidade, com ele, comemorando a conquista.
É assistir à festinha da escola, onde a filha somente declamará um verso, mas vibrar e ser o primeiro a se erguer para aplaudir.
É se sentar ao lado do filho e observar, sorrindo, cada traço que ele concretiza, tentando formar as letras do alfabeto que vai descobrindo.
É ouvi-lo ler e reler a mesma frase, várias vezes, no contentamento de quem descobriu o valor das sílabas.
Amar é muito mais do que sentir. É agir. É renunciar a algo que deseja muito para que o outro possa concretizar seu sonho.
É estar presente na solenidade de formatura, na sagração de uma homenagem importante, e ter a certeza de ter colaborado para aquele êxito.
E isso quer dizer sacrifício de horas de sono, de muitas idas e vindas a lugares diversos, acompanhando a esposa, o filho, o marido.
Amar é cuidar das crianças enquanto o outro se faz ausente, na conquista de lauréis para a própria carreira.
É segurar a mão quando o medo se faz presente, quando a doença chega, quando as dificuldades se tornam maiores.
Amor é o que se faz, demonstrando o verdadeiro sentimento que nos vai na alma.
É jamais deixar para amanhã o gesto de ternura, de carinho, de atenção.
Isso porque o momento de amar é hoje, no presente, agora.
Pensemos nisso. Amor é o que se faz.
Redação do Momento Espírita, a partir do cap. 11,
do livro De volta ao mosteiro, de James C. Hunter,
ed. Sextante.
Em 11.7.2016.
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