Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Amor é o que se faz

Possivelmente um dos vocábulos mais utilizados por nós seja amor.

A indústria cinematográfica, de um modo geral, distorceu a essência do amor ao torná-lo emocional e sexualizá-lo, em vez de transmitir a sua mensagem autêntica.

Os gregos usavam o substantivo ágape para descrever o amor incondicional. Amor que nada exige em troca.

Quando Jesus se refere ao amor refere-se ao amor ágape, um amor que se expressa pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor.

Isso nos remete ao conceito de que amor é o que se faz, muito mais do que o que se sente.

O amor deve ser expressado, demonstrado. Alguns de nós, costumamos dizer: Amo você.

E repetimos a frase, em muitas ocasiões. Contudo, a pessoa que ouve a frase, nem sempre se sente verdadeiramente amada.

Exatamente por isso: o amor exige ação. Exige que, ao passarmos por uma banca de flores, o olhar encantado nos remeta à lembrança do ser amado.

E, por isso, paremos, compremos, mesmo que seja somente um botão da mais expressiva flor para levar, em mãos, surpreendendo a quem amamos.

O amor nos pede que sejamos gentis. Que, no meio da manhã, sem motivo algum, simplesmente enviemos uma mensagem: Pensei em você, neste momento.

Somente para aquecer o coração amado.

Ou, que telefonemos para dizer, poucos minutos depois de sair de casa: Olá, tudo bem? Já estou com saudades. Inté.

O amor nos leva a levantarmos mais cedo, em um dia qualquer, prepararmos um café especial e nos demorarmos à mesa, um pouco mais do que o habitual, somente para usufruir do encantamento a dois ou com a família toda, os preciosos filhos.

Amar é sair a passear, sem hora para voltar, a não ser quando o sol resolver se recolher e a noite nos convidar ao repouso.

É ensinar as crianças a andar de bicicleta, insistir com o pequeno que tente se equilibrar sem as rodinhas acessórias e gritar de felicidade, com ele, comemorando a conquista.

É assistir à festinha da escola, onde a filha somente declamará um verso, mas vibrar e ser o primeiro a se erguer para aplaudir.

É se sentar ao lado do filho e observar, sorrindo, cada traço que ele concretiza, tentando formar as letras do alfabeto que vai descobrindo.

É ouvi-lo ler e reler a mesma frase, várias vezes, no contentamento de quem descobriu o valor das sílabas.

Amar é muito mais do que sentir. É agir. É renunciar a algo que deseja muito para que o outro possa concretizar seu sonho.

É estar presente na solenidade de formatura, na sagração de uma homenagem importante, e ter a certeza de ter colaborado para aquele êxito.

E isso quer dizer sacrifício de horas de sono, de muitas idas e vindas a lugares diversos, acompanhando a esposa, o filho, o marido.

Amar é cuidar das crianças enquanto o outro se faz ausente, na conquista de lauréis para a própria carreira.

É segurar a mão quando o medo se faz presente, quando a doença chega, quando as dificuldades se tornam maiores.

Amor é o que se faz, demonstrando o verdadeiro sentimento que nos vai na alma.

É jamais deixar para amanhã o gesto de ternura, de carinho, de atenção.

Isso porque o momento de amar é hoje, no presente, agora.

Pensemos nisso. Amor é o que se faz.

Redação do Momento Espírita, a partir do cap. 11,
 do livro
De volta ao mosteiro, de James C. Hunter,
 ed. Sextante.
Em 11.7.2016.

 

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