O jovem apenas chegara na cidade e adentrara o Instituto, onde se matriculara para o curso de especialização.
A oportunidade de se aperfeiçoar, na sua área, no Exterior, o animava.
Na primeira aula, se apresentaria o inédito. O mestre, falando a respeito da cidade onde se encontravam, discorreu sobre problemas e soluções.
De forma sui generis falou, inicialmente, sobre questões econômicas, de algum tempo, que vinham mantendo aquela região em grandes dificuldades.
A cidade era um marasmo, não apresentando crescimento de qualquer espécie e um alto índice de desemprego, comentava.
E esclareceu: Graças, no entanto, aos bons políticos de nossa região, graças a esses homens públicos de visão, tudo se resolveu.
Ante o espanto do jovem, continuou o professor: Pensando na comunidade, idealizaram a construção de uma ponte, para uma comunicação mais rápida entre esta cidade e o país vizinho, para além do rio.
Uma ponte que permitisse o trânsito rodoviário e ferroviário. Dessa forma, entendendo-se as nações, num esforço conjunto, propiciaram que uma travessia, anteriormente feita por balsas, demandando cerca de duas horas e meia, tivesse o trajeto reduzido para trinta minutos.
Sem prejuízo ao país irmão, muitos dos nossos cidadãos passaram a buscar empregos do outro lado.
A economia de ambos os países melhorou, aumentando, inclusive, o turismo, atraído pelo ineditismo da ponte que tem uma parte submersa.
* * *
Bons políticos. Num país, onde as palavras propina, corrupção, desinteresse público se tornaram corriqueiras, natural que um discurso de tal ordem surpreenda.
Mas, também nos diz que há esperança no aparente caos porque se bons homens públicos os há em outra nação, também os deveremos ter por aqui.
Recordamos a exortação do espírito André Luiz: Por nenhum pretexto, devemos condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público.
Ao contrário, cabe-nos orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.
Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.
Mais ainda, somos convidados a cooperar com os poderes constituídos e as organizações oficiais, empenhando-nos desinteressadamente na melhoria das condições da máquina governamental, no âmbito dos próprios recursos. Um ato simples de ajuda pessoal fala mais alto que toda crítica.
Pensando nisso tudo, olhando para nosso pobre país, tomado de assalto por tantos problemas de ordem moral, cabe-nos, sim, orar ao bom Deus para que estenda o Seu olhar sobre todos nós.
Que homens de bem assumam o poder público. Homens que pensem no outro antes que em si mesmos, que se importem com o semelhante, que cuidem da coisa pública com zelo.
Que os que se encontram no poder, tenham olhos de ver e ouvidos de ouvir as necessidades de um povo esperançoso.
Um povo que tem os olhos no futuro e que deseja para os seus filhos uma nação ilustrada, sadia. Uma nação de paz.
Oremos por esse Brasil renovado!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10, do livro
Conduta Espírita, pelo Espírito André Luiz, psicografia de
Waldo Vieira, ed. FEB.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 33, ed. FEP.
Em 3.9.2018.
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