Na década de 1940, o emérito psicólogo e psiquiatra espanhol, professor Emílio Mira y López, fazendo uma análise da sociedade, estabeleceu que as criaturas humanas, na época, eram vítimas de quatro gigantes da alma.
Ele arrolava o amor, o dever, a ira, o medo, como verdadeiros gigantes que dominavam as almas das criaturas, tornando-as desajuizadas e sofridas.
No ano de 1985, o Espírito Joana de Ângelis, fazendo uma releitura da sociedade daquela década, escreveu, através da mediunidade de Divaldo Franco, a obra que intitulou O homem integral.
Nesse livro, a veneranda benfeitora procura demonstrar que a criatura humana, porque perdeu o endereço de Deus, ainda não logrou conseguir a paz.
A ciência, aliada à tecnologia de ponta, que trouxe tanto conforto e comodidade para os indivíduos, não conseguiu resolver o problema da emotividade.
O ser humano perdeu o endereço de si mesmo. Os notáveis psicólogos do comportamento, como o teólogo e psicólogo americano Rollo May estabelece que tudo isso é fruto do vazio existencial.
As pessoas atingem a idade adulta e continuam perguntando: Quem sou eu? O que é que eu vim fazer na Terra? Qual seria a minha missão?
Eu não sei exatamente porque sofro, aliás, nem sei se pedi para estar aqui.
Todas essas reflexões amargas que denotam um terrível pessimismo são fruto da perda de direção do indivíduo.
Por essas e outras razões, Joana de Ângelis diz que podemos relacionar quatro modernos gigantes da alma. Gigantes que nos afligem, que nos aturdem e que nos tiram a razão de ser da existência: a rotina, a ansiedade, o medo e a solidão.
A rotina é esse estado psicológico de aceitação doentia e monótona da existência humana. É um mecanismo de fuga.
Procuramos ter uma vida rotineira, para não correr riscos, para não nos aventurar, e perdemos o sentimento de beleza, do ideal, a alegria de viver, os estímulos, deixando-nos arrastar pelo marasmo e tombando na indiferença.
A rotina é a ferrugem da alma.
É atrás dela que um grande número de nós nos escondemos para não assumir responsabilidades. Porque os desafios parecem muito perturbadores.
Por causa disso muitos dormimos sempre na mesma hora; acordamos na mesma hora; fazemos os mesmos caminhos; sentamos nos mesmos lugares; assistimos os mesmos programas de televisão; e nos apegamos às mesmas conversas pessimistas e superficiais.
Sempre temos do que nos queixarmos e a vida perde completamente o sentido existencial.
* * *
Mudemos a rotina. Façamos diferente. Verifiquemos os caminhos que percorremos indo de casa para o trabalho, do trabalho para casa. Mudemos o trajeto de vez em quando. Não deixemos tantas coisas no automático.
Desafiemo-nos a novas aventuras, a sair da zona de conforto, a tentar coisas novas e perceberemos que nossa vida ganhará um novo colorido.
Os dias não irão mais passar tão rápido, como costumamos dizer. Isso acontece quando estamos escravizados à rotina e não temos tempo para respirar fora dela.
Retiremos a ferrugem da alma. Saiamos da rotina.
Redação do Momento Espírita, com base na palestra Os gigantes da alma,
de Divaldo Pereira Franco, CD de responsabilidade do Centro Espírita
Caminho da Redenção, de abril/2005 e no cap. 2, do livro O homem integral,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 24.6.2016.
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