O musical da Broadway, intitulado Wicked, traz nos versos de sua canção tema as seguintes palavras:
É tarde demais para voltar a dormir. É hora de confiar nos meus instintos. Fechar meus olhos. E saltar.
A canção se chama Desafiando a gravidade e nos convida a refletir sobre essa grandiosa possibilidade que todos temos de desafiar nossos limites, de romper barreiras, mesmo sendo desacreditados por todos, mesmo sendo puxados para baixo pelas tantas forças gravitacionais existentes.
Quando realmente queremos, nada, nem ninguém pode nos deter.
O Mestre Maior não estava exagerando quando nos informou de que somos deuses.
Vejamos o exemplo de Antônia Maria Faleiros, uma mineira que, desde pequena, trabalhava nos canaviais, mas que sempre teve paixão pela leitura.
Com muito custo, ela conseguiu concluir o ensino fundamental e fazer magistério em sua cidade.
Mudou-se, então, para a capital mineira, Belo Horizonte, para ser empregada doméstica.
Teve coragem e inscreveu-se para um concurso de oficial de justiça no Tribunal de Justiça daquele Estado.
Como não tinha dinheiro para comprar o material de estudos, Antônia pegava do lixo folhas borradas de um mimeógrafo que fazia apostilas de um cursinho preparatório.
Foi assim que ela estudou por conta própria.
Foi assim que ela ficou classificada em terceiro lugar no concurso.
Mas não parou aí. Depois dessa vitória, foi estudar direito na Universidade e se tornou juíza.
Eu rompi uma barreira. – Diz ela. Gosto de contar essa história para reafirmar: a filha de uma dona de casa simples e de um trabalhador rural pode alcançar o que quer. Todos nós podemos, completa.
Isso é desafiar a gravidade. Isso é ser maior do que se espera de si mesmo.
Já ouvimos a expressão: Estou como que flutuando de tanta felicidade! E ela é real, pois quando desafiamos a gravidade somos gratificados interiormente com a felicidade, a mais genuína e merecida felicidade.
O Espírito foi feito para se autodesafiar, diariamente.
É assim que crescemos, ou que não nos deixamos desanimar, caindo nas tantas rotinas que podem nos reter no chão.
Desafiar a gravidade é também amar, e amar cada vez mais e melhor, pois quem ama se sente mais leve.
Nesse sentido, experimentemos amar o improvável de vez em quando. Não apenas aqueles que esperam ser amados por nós.
Amemos um estranho, através de um gesto inesperado de cuidado, de carinho. Amemos um inimigo, através de uma pequena trégua, uma pequena chance...
Amemos a vida, cuidando melhor de nossa saúde, tomando resoluções importantes em relação a nós mesmos.
Dessa forma, estaremos desafiando a gravidade, sentindo-nos mais leves, mais capazes, mais felizes.
E lembremos que toda vez que uma força nos puxar para baixo com violência, é apenas a gravidade da Terra, ainda presente, ainda necessária.
Recordemos, no entanto, de que ela não nos impede de dar nossos pequenos e valiosos saltos por aí... desafiando a gravidade, sempre que possível.
Redação do Momento Espírita.
Em 16.6.2016.
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