Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Sem se perturbar

Findava a tarde. A jovem, apressada, dirigia-se à estação tubo para apanhar a condução que a levaria para a faculdade.

Horário apertado. Saíra do trabalho e quase corria. À distância, viu o ônibus se aproximar e apressou o passo.

Entrou na estação tubo, pagou a passagem às pressas.

Mas, no exato momento em que se dispunha adentrar o ônibus, as portas se fecharam, com estrondo.

Pelo espelho da frente do veículo, ela pôde verificar o sorriso, que lhe pareceu de deboche, do motorista, como a dizer: Neste você não entra. Perdeu!

Ela se irritou e em voz alta, exclamou: Que maldade! Ele me viu. Não podia ter esperado um segundo?

Um rapaz, que vinha logo atrás, sorriu e falou: Não se estresse. Pense que logo virá outro ônibus.

Eu sei que logo virá outro. Acontece que cinco minutos a mais podem fazer com que eu chegue atrasada à aula. E tenho prova, no primeiro horário.

Ele continuou: Não se irrite. Vai dar tudo certo. Pense que virá outro ônibus, que não estará tão cheio quanto aquele. Que o motorista será mais gentil.

Consequentemente, sua viagem até o destino será muito mais agradável. Você chegará mais tranquila para a prova.

Ela olhou para o jovem, que continuava a sorrir, e disse: É, você tem toda razão.

Não tardou e apontou outro ônibus. As portas se abriram e ambos entraram.

Que legal, disse ela. Está mesmo quase vazio. Poderei ir sentada e acho que chegarei em tempo. Obrigada.

Cada qual procurou um assento e se acomodou. Enquanto a condução ia vencendo a distância, num contínuo parar, embarque e desembarque de passageiros, ela se pôs a pensar.

Nossa! Quase me estressei por nada. Bendito rapaz que me alertou, e conseguiu mudar meu humor.

Agora, vou chegar tranquila, em tempo. E estarei calma para fazer a prova. Bom seria que houvesse mais gente como ele.

Gente que nos acalma, que nos contagia com sua forma tranquila de falar e de encarar os fatos.

*   *   *

Quantas vezes nos irritamos por bagatelas, por coisas pequenas.

Quantas vezes assinamos recibo pela grosseria do outro e acabamos estragando nossas horas seguintes.

Melhor mesmo é modificar nossa forma de pensar. Perdemos a condução?  Não tem problema. Logo virá outra.

O temporal nos surpreendeu no meio do caminho? O melhor é procurar um abrigo e aguardar os ventos e a chuva amainarem.

Nada na face da Terra é para sempre. Tudo é impermanente.

O dia sucede a noite escura. As estrelas brilham nos céus quando o sol se põe no horizonte e a lua chega, mostrando a sua cara redonda.

O calor inclemente é vencido pelos ventos e pela chuva.

O frio terrível é substituído pela estação primaveril, que traz o renascer das cores e dos perfumes.

Nada é definitivo neste planeta. Nem a própria vida.

Impermanente. Hoje estamos aqui, amanhã, poderemos estar em outras bandas.

Ou talvez já ter migrado para a Espiritualidade. Quem pode saber?

Somente Deus!

Por isso, vivamos cada minuto em totalidade e não nos desgastemos por coisas tolas, que têm duração efêmera, que logo passam.

Pensemos nisso. E vivamos mais tranquilos, menos nervosos, mais felizes.

Redação do Momento Espírita.
Em 15.6.2016.

 

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