Expressar nossos pensamentos e sentimentos é um direito. No entanto, se ao expor o que pensamos podemos ofender, prejudicar ou humilhar alguém, é preciso ponderar se isso se constitui nosso direito.
Nossas palavras, sejam escritas ou faladas, podem causar danos muitas vezes irreversíveis em quem as ouve ou em quem as lê.
A tecnologia tem presenteado a Humanidade com ferramentas e instrumentos que possibilitam uma comunicação cada vez mais rápida e eficaz.
As redes sociais surgiram como uma forma de diminuir a distância entre pessoas, promover o contato, a formação de novas amizades.
Mas, ao mesmo tempo em que propiciaram essa aproximação virtual também promoveram um falso sentimento de proteção pelo anonimato, que acabou fortalecendo o lado perverso de algumas criaturas.
Pessoas começaram a ser gratuitamente atacadas por sua aparência. Outras foram ameaçadas e hostilizadas por sua orientação sexual, posicionamento político, crença religiosa ou ideologia.
Acreditando que escapariam de ser identificados, os agressores não pouparam ofensas e ameaças. Desconheciam que seriam localizados e teriam de responder por seus atos e palavras, da mesma forma que responderiam se tivessem agido assim nas ruas.
O sentimento de ser melhor, superior ao outro e possuidor da verdade ainda move pessoas orgulhosas e egoístas, incitando-as a agredirem outras, utilizando as redes sociais.
Uma mãe postou um desabafo, compartilhando sentimentos e angústias com aqueles que ela acreditava serem amigos.
Sua postagem foi multiplicada e ela passou a receber críticas ferrenhas, com palavras duras e cruéis, de pessoas que não a conheciam e a julgaram por aquele desabafo.
Discussões acaloradas a respeito de posicionamentos políticos estão pondo fim a amizades, abalando relacionamentos, incitando o ódio, ameaçando vidas.
Os que usam as redes para acusar e ofender, muitas vezes nunca o fizeram na presença das pessoas, temendo sua reação.
No entanto, a sensação de proteção que sentem, por estarem distantes fisicamente dos que acusam, os encoraja.
Sem se darem conta, acabam atraindo para seu lado Espíritos de padrão vibratório inferior, que alimentam o ódio, a raiva, os sentimentos destrutivos.
E assim, verdadeiras guerras são travadas com palavras.
Algumas têm provocado mortes. Morte do respeito, do amor, do carinho que antes nutria relações.
Morte da alegria, da vontade de viver e de ser o que se é.
Entretanto, as palavras, quando utilizadas para o bem, podem edificar, dar ânimo, espalhar paz, luz e amor.
Cabe a cada um de nós escolher que sentido dará às palavras: de vida ou de morte.
Quando estivermos prestes a proferir palavras contra nosso próximo, lembremo-nos da orientação de Emmanuel:
Palavras são agentes na construção de todos os edifícios da vida. Lancemo-las na direção dos outros, com o equilíbrio e a tolerância com que desejamos que elas venham até nós.
Redação do Momento Espírita, com citação do cap. 24, do Livro
da esperança, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. CEC.
Em 8.6.2016.
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