O menino de quatro anos se aprontava para dormir quando surpreendeu a mãe com algumas perguntas:
Mamãe... Como é o nome do Papai do céu?
Ele se chama Deus, filho.
E qual é o tamanho dEle?
A mãe pensou um pouco, mas logo respondeu:
Ele é muito grande, filho, é do tamanho do Universo e está presente em todos os lugares.
Mas agora vamos dormir para que o Papai do céu e o seu anjinho da guarda possam vir nos visitar.
O menino, assustado, logo retrucou:
Não, mamãe, eu não quero que o Papai do céu venha me visitar, senão Ele vai destruir a nossa casa!
Como assim, filho, que bobagem. Deus é bonzinho. Ele nunca vai destruir a nossa casa. Por que você está falando isso?
Mamãe... Se Ele é do tamanho do Universo Ele é bem grandão, certo? Então... se Ele vier me visitar vai destruir a nossa casa, porque Ele não cabe aqui dentro. Nossa casa é pequena perto dEle!
Silêncio. A mãe ficou sem resposta.
Tá bom filho... Vamos dormir.
Boa noite mamãe, eu amo você.
* * *
A passagem é singela, mas pode ser analisada com olhares profundos.
Será que muitos de nós não temos ainda uma visão do Criador parecida com esta?
Houve uma época em que a visão que se tinha de Deus era de um ser todo poderoso, com aparência humana, enorme, cruel e que tinha Seus preferidos. Era um Deus para ser temido.
Mais tarde, com a presença de Jesus, ganhou força a ideia de um Deus Pai, um Pai amoroso que cuida de Seus filhos e ainda, de todos sem exceções.
Antes o mandamento dizia que tínhamos que amá-lO acima de todas as coisas, mas jamais haviam mostrado Seu amor pela Humanidade.
Jesus apresenta uma nova visão a respeito do Criador.
Um Pai deseja ver Seus filhos bem, deseja ajudá-los a crescer, a se desenvolver. É rígido, enérgico, quando necessário, mas nunca deixa de amá-los.
Ainda, posteriormente, com o advento do Consolador Prometido por Jesus, o Criador teve a oportunidade de ser desvelado um pouco mais.
Com o Espiritismo conhecemos o Deus soberanamente justo e bom, que administra o cosmo através de leis perfeitas e cuja Providência está atuando incessantemente.
nada acontece sem a Sua ciência.
Deus onipotente, onisciente, eterno, imaterial e único.
Desfez-se a antiga ideia de um Deus à imagem e semelhança do homem.
A maturidade da alma permite que nossa visão sobre o Ser Supremo se aprimore, que possamos saber um pouco mais, embora ainda estejamos distantes de saber tudo.
Deus é grande, sim, em bondade e justiça. Grande em Sua Criação, em Suas leis.
Deus apenas constrói, mesmo quando nos deparamos com algum tipo de destruição na Terra. Aliás, a destruição é lei comandada também por Sua sabedoria e amorosidade.
Fiquemos assim, tranquilos. Entreguemos nosso sono a Ele sabendo que há uma Inteligência Suprema no comando de tudo.
Esse Pai desvelado nos conduz para a felicidade, dia após dia, mesmo que ainda não tenhamos percebido isso.
Esse Pai carrega nossa casa pequena nas mãos, com todo cuidado, mirando o horizonte sem fim mais adiante.
Redação do Momento Espírita.
Em 31.5.2016.
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