Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Heroína – substantivo. Feminino de herói. Quer dizer: pessoa extraordinária por seus feitos guerreiros, seu valor ou sua magnanimidade.

O Brasil tem suas heroínas. Algumas que se destacaram por sua coragem de perseguir seus próprios sonhos, vencendo num mundo de homens.

Guerreiras outras, como a catarinense Anita Garibaldi, que viveu no século XIX. Durante a Revolução Farroupilha, no então Estado de São Pedro do Rio Grande do Sul, ela se uniu a Giuseppe Garibaldi, que a introduziu na revolução.

Lutou no Brasil. Depois, lutou pela unificação e libertação da Itália, morrendo antes de completar trinta anos.

Ou como Maria Quitéria Medeiros que, nas lutas pela Independência do nosso país, tomou o uniforme de soldado e se alistou com nome masculino.

Quando, dias depois, foi encontrada pelo pai, o oficial não permitiu que ela fosse por ele levada de volta para casa.

Ela era um soldado de valor e um exemplo de bravura. Chegou a ser promovida a alferes.

Quando finalmente, foi dispensada, recebeu uma carta de recomendação do próprio Imperador, a fim de que não viesse a sofrer qualquer sanção por parte do pai.

Mulheres. Heroínas. Como Zilda Arns, promotora da paz. Médica pediatra e sanitarista, fundadora da Pastoral da criança e da pessoa idosa.

Uma ideia geradora movia sua ação, copiada da prática de Jesus: multiplicar.

Não pães e peixes, como Ele fez, mas multiplicar o saber, a solidariedade e os esforços.

Multiplicar o saber, repassando às pessoas simples os rudimentos de higiene, o cuidado pela água, a alimentação adequada.

Multiplicar a solidariedade que, para ser universal, deve alcançar as pessoas que vivem nos rincões onde ninguém vai. Tentar salvar a criança desnutrida, quase agonizante.

Multiplicar esforços, envolvendo políticas públicas, ONGs, grupos de base, empresas. Enfim, todos os que colocam a vida e o amor acima do lucro e da vantagem.

Mas, antes de tudo, multiplicar a boa vontade generosa.

E a grande promotora disso tudo foi Zilda Arns. Morreu longe do seu país, que tanto serviu.

Morreu amando seus irmãos, no terremoto do Haiti, no dia 13 de janeiro de 2010, em Porto Príncipe.

Fora ali para servir aos irmãos mais distantes. Jesus decidiu chamá-la para o Seu reino.

Heroínas. Quantas mais poderíamos enumerar?

Mas desejamos lembrar as mais anônimas e esquecidas. As que dão à luz a muitos filhos.

E os sustentam. Mulheres que saem de casa quando a madrugada as cumprimenta, para enfrentar longa jornada de trabalho.

Canavieiras, faxineiras, atendentes, executivas. Mulheres de mãos calejadas. Mulheres muito alinhadas.

Esposas e mães que, depois de enfrentarem horas de serviço remunerado, ainda têm tempo para amar.

Têm tempo para serem mães, esposas, filhas, irmãs.

Mulheres que alimentam bocas famintas, que trocam fraldas, que ensinam os reais valores da vida.

Heroínas. Anônimas. Silenciosas, perseverantes.

Promotoras da paz, da vida, do progresso.

Heroínas.

 

Redação do Momento Espírita, com base em dados
 biográficos  de Anita Garibaldi, Maria Quitéria e Zilda Arns.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 10 e no
 CD Momento Espírita, v.30, ed. FEP.
Em 6.9.2016.

 

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