Parece haver uma conspiração generalizada contra os princípios ético-morais, as realizações nobilitantes, os trabalhos de engrandecimento humano, as obras de benemerência...
Fala-se a respeito da violência e da agressividade, dos horrores que se abatem sobre as comunidades, no entanto, sistematicamente, aqueles que repudiam esses comportamentos alienados acomodam-se nos seus interesses e apenas censuram...
Sonha-se com um mundo feliz e se defende, verbalmente, a transformação sócio-moral da Terra. No entanto, não se vai além do verbalismo ou dos artigos bem preparados na imprensa, e pouco vivenciados.
Estimula-se o homem ao sacrifício, sem que o sacrifício pessoal assinale a conduta de quem encoraja o outro.
Todos sabem que o preço de um ideal custa o sacrifício do idealista, assim como a qualidade de um empreendimento é avaliado pela profundidade do seu conteúdo, no bem que espalha e nas resistências com que suporta todas as forças contrárias.
É, portanto, compreensível que haja dificuldades no desempenho das tarefas de elevação da criatura em particular e da sociedade em geral.
O ardor da luta forja o herói e a força da coragem se revela no fragor da batalha.
Quem desiste não passa de candidato sem as credenciais de legítimo combatente.
Ana Sullivan poderia ter desistido de educar Helena Keller, ante a obstinação negativa dos pais da educanda e dos imensos limites nos quais a menina se encarcerava.
Pasteur desistiria, se não tivesse o ideal vinculado à coragem de prosseguir, quando a zombaria tentou expulsá-lo dos laboratórios de pesquisa.
Francisco de Assis tinha tudo para desanimar e desistir no começo, durante e no término de sua obra espiritual.
Allan Kardec superou imensas barreiras na sociedade que fundou em Paris para estudar e divulgar o Espiritismo.
Van Gogh, sob tormentos terríveis, poderia ter desistido da pintura, todavia, prosseguiu.
Aleijadinho, sob o estupor do mal de Hansen, possuía todas as condições para refugiar-se na desistência da escultura, apesar disso, permaneceu.
A relação dos heróis e santos de ontem como de hoje, anônimos como conhecidos, é infindável.
Foi sobre a perseverança deles que o progresso estabeleceu as suas bases vigorosas para abençoar o presente e felicitar o futuro.
* * *
Não esperemos de um mundo confuso e de homens imperfeitos melhor tratamento, além das lutas que se apresentam.
Insistamos no bem, porque não somos diferentes deles, que, em verdade, de nós aguardam receber apoio e compreensão.
É fácil desistir, enquanto perseverar é desafio que merece aceitação.
Quem abandona, foge e transfere a oportunidade de realizar, assumindo as consequências naturais que virão.
Façamos o compromisso de nos entregarmos a Deus, perseverando na realização que enfrenta os fatores infelizes deste instante. Dediquemo-nos a modificar as paisagens infelizes que predominam nesta hora histórica de dor.
Nunca desistamos!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13, do livro
Receitas de paz, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 13.5.2016.
Escute o áudio deste texto