Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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A entrevista era dada pelo ator argentino Ricardo Darin, um dos maiores nomes do cinema e teatro de seu país.

Entre vários assuntos, o repórter indagou se nunca lhe haviam feito um convite para atuar em Hollywood.

Ricardo respondeu afirmativamente mas que, à época do convite, ele estava filmando na Espanha, em uma temporada de seis meses, e que desejava voltar para casa.

O entrevistador desejou saber o nome do norte-americano que havia recebido sua negativa.

O ator, ao declinar o nome do famoso profissional, observou o espanto do repórter.

Bem, diz Ricardo Darin, deixe-me dizer-lhe porque não aceitei o convite.

Para o repórter era totalmente despropositado abrir mão de tal possibilidade profissional, que iria levá-lo a um outro patamar de estrelato.

Continuou o ator: Primeiramente, não concordei, ideologicamente, com o papel oferecido.

Em segundo lugar, eu estava com saudades de minha casa, da esposa, dos filhos, e o que mais queria naquele momento, era terminar a temporada na Espanha para voltar para minha família.

Talvez achando os argumentos um pouco ingênuos, o repórter redarguiu, quase exaltado, perguntando se ele sabia quanto dinheiro teria ganho com aquele convite.

E o que faria eu com tanto dinheiro?

Poderia viver melhor. – Acentuou o entrevistador.

Melhor do que eu vivo? Indagou Ricardo.

Veja bem: tomo dois banhos quentes por dia, sou reconhecido pelo meu trabalho no teatro, as pessoas me cumprimentam na rua, me tratam carinhosamente.

O que mais posso querer?

A ambição pode nos levar a um lugar muito escuro, desolador.

Eu sou um cara feliz, completou. Sou o máximo feliz que pode ser uma pessoa que vive em um mundo e em uma sociedade como a de hoje.

Tenho uma família feliz, as pessoas gostam de mim, me abraçam, me beijam na rua... O que mais posso querer?

*   *   *

A argumentação do ator argentino nos leva a concluir de sua sabedoria no tocante ao conceito da felicidade e do ser feliz.

E nos remete a reflexões sobre as reais definições do necessário e supérfluo para cada um de nós.

Muitas vezes lutamos para ter bens que não irão fazer sentido ao longo do tempo.

Investimos nossas horas na busca de fama, glória ou dinheiro, sem entender que tudo isso, efetivamente, não tem verdadeiro significado para nossas necessidades emocionais.

Muito embora tenhamos inúmeras exigências profissionais, financeiras, devemos ter claro e lúcido o que queremos e o quanto nos basta para sermos felizes.

Para o ator argentino era claro que estar em seu lar, conviver com a família era muito melhor do que ser famoso em Hollywood.

Vale a pena nos questionarmos a respeito do que é efetivamente necessário em nossa vida.

E analisarmos do quanto não estamos a despender nossos valores de tempo, capacidades e competências, em torno de coisas supérfluas.

Afinal, como nos alerta Jesus, onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração.

Redação do Momento Espírita.
Em 11.5.2016.

 

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