Em determinada página social, uma fotografia nos chamou a atenção: uma senhora oriental, magérrima, com noventa e sete anos, ajoelhada em cima de uma cama singela.
Em uma das mãos traz uma tigela com sopa, e na outra uma colher.
Nessa posição, inclina-se até poder colocar as colheradas do caldo na boca do filho deficiente, imóvel.
E o faz com um devotamento imenso.
Seu tesouro conta sessenta anos de idade.
Deduz-se que, precisamente há sessenta anos, ela repete essa cena em todas as refeições que oferece ao filho, amor de seu coração.
Amor de mãe, sentimento insuperável na face da Terra.
* * *
Que mistério é esse que envolve as mães?
Eis uma pergunta difícil de explicar.
A mulher passa nove meses carregando nas entranhas o seu filho.
Nove meses em que ela capta as suas vibrações e as sente com carinho.
Dificilmente um filho conseguirá esconder de sua mãe o que sente, porque ela o conhece desde o ventre.
Do mesmo modo, não poderá uma mãe esconder o que sente do seu filho.
Um filho amoroso conseguirá ler, no rosto de sua mãe, se ela está contente ou triste, se está feliz ou aborrecida.
Todas as mulheres têm a mesma habilidade para ser mãe, não importa se são intelectualizadas ou não, se são pobres ou ricas.
Toda mulher nasce com essa estrutura para a maternidade.
Às vezes, não consegue ser mãe de filhos consanguíneos.
Mas será mãe de sobrinhos, dos irmãos, das crianças que se lhe acerquem, porque tem inato, o instinto da maternidade.
Toda criatura no mundo experimentou, em algum momento, o envolvimento de sua mãe.
Mesmo porque alguém pode nascer sem a presença do pai, mas é impossível nascer no mundo, sem a presença da mãe.
Podemos observar que, na base de todo bruto, de todo ser grotesco, sempre houve a figura de uma mãe.
Da mesma forma, na história de todos os santos, missionários, criaturas do bem, inventores e estrategistas.
Quando a mulher tiver consciência da força do seu papel, junto aos filhos e admitir que serão eles, os adultos de amanhã; que serão os professores, médicos, advogados, juízes, políticos, administradores de países e Estados, pais e mães - ela lhes ensinará que eles têm que ser especiais, servir de exemplo, respeitando a todos seus iguais.
Lecionará, por palavras e atos, o amor à natureza, a proteção às florestas e aos animais.
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Se há um mistério notável na maternidade, ele se chama amor.
Um amor que brota da alma, desabrocha, cresce a cada dia.
Uma energia que foi se modelando através dos milênios, e se fez total na criatura humana. Amor de mãe!
Quantos nos alimentamos dessa seiva vigorosa, por dilatados anos.
Por vezes, até acreditamos que ela nos sufoca. Contudo, quando nos distanciamos dessa fonte protetora e acolhedora, como nos sentimos necessitados...
Nos dias de carência, de lutas insanas e dores profundas, como recordamos do doce amor de mãe, daquele que nos vigiou a infância, a juventude e os dias da madureza.
Amor de mãe. Ninguém que o possa dispensar.
Redação do Momento Espírita.
Em 21.10.2023.
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