Em vários países a eutanásia, ou morte suave, como é conhecida, é legal. Vez ou outra, as manchetes anunciam que a família de um doente, considerado irrecuperável, conseguiu a administração da eutanásia.
Em outro momento, a televisão informa que Doutor Fulano realizou outra de suas façanhas, administrando a morte a um de seus pacientes.
Muitas são as vozes que se erguem, defendendo a eutanásia. Afinal, esperar o quê, se o doente não tem cura?
No entanto, para aqueles que prezam a vida, aguardar pode trazer excelente recompensa.
O caso da família White Bull é dos mais interessantes. Cindy, uma das filhas, recorda que tinha apenas dez anos quando tudo aconteceu.
Ela era muito afeiçoada à sua mãe. Vivia grudada nela, confessa, como chiclete no sapato.
O pai era operador de computador e a mãe, Patrícia, fazia bijuterias em casa. Era detentora de uma beleza natural, de cabelos negros brilhantes e um sorriso luminoso.
Para todo lugar que fosse, ela levava os três filhos, de dez, três e um ano.
Patrícia se preparava para ter o quarto filho. Numa manhã de junho, ela se despediu das crianças com um até amanhã, e foi para o hospital.
O amanhã foi negado. Patrícia deu à luz um filho sadio, Mark Jr. Porém, ela teve uma parada cardíaca e os médicos não conseguiram reanimá-la antes que houvesse danos no cérebro.
Aos vinte e sete anos, ela entrou em coma. Os médicos disseram que não havia esperança. Mesmo assim, o marido esperou três anos. Em desespero, se divorciou e encaminhou os filhos para parentes que os pudessem criar.
Durante quinze anos Patrícia permaneceu viva, mas sem viver. Ao se aproximar o Natal de 1999, um vírus causador de gripes e resfriados se propagava pelo centro de reabilitação.
O médico encarregado receitou um remédio contra a gripe que, por vezes, é usado para estimular pacientes com mal de Parkinson ou lesões cerebrais.
Alguns dias depois, uma assistente arrumava os lençóis da cama de uma senhora, quando a paciente se ergueu e exclamou: Não faça isso!
Patrícia estava de volta ao mundo. Os filhos, chamados pela avó, correram para o leito da mãe, que estendeu os braços para abraçar, um a um, reconhecendo-os e chamando-os pelo nome.
Entretanto, o reencontro mais emocionante foi, com certeza, a de Mark Jr. com a mãe que ele não conhecia. Era a primeira vez que ouvia a voz dela.
Ela, a primeira vez que tocava o filho que havia gerado.
Os médicos acreditam que a medicação tenha sido a responsável pelo despertar de Patrícia.
Para os filhos, o que verdadeiramente importa é que ela está de volta. Esta é sua maior recompensa pela longa espera.
* * *
O prolongamento da vida é meta da ciência.
A eutanásia, em verdade, não é a morte sem sofrimento, mas sim a demonstração da indiferença e do desprezo pelo ser humano.
Mesmo nos países onde é legal, jamais será moral. Isso porque a criatura humana, não tendo o poder de criar a vida, também não tem o direito de a interromper ou destruir.
Redação do Momento Espírita, com base no texto O despertar,
de Pauline Arrillaga, da Revista Seleções Reader’s Digest, de
dezembro/2003 e no cap. 20, do livro Sob a proteção de Deus,
por Espíritos diversos, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. LEAL.
Em 15.3.2016.
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