A ação de voluntários em hospitais, asilos, orfanatos, casas de acolhimento, levando sorrisos, abraços, palavras de conforto e também doações para aqueles que carecem de recursos, nos faz refletir.
O que move pessoas a saírem de suas casas, de seu conforto, do convívio com familiares, para atenderem a desconhecidos?
Conversando com esses voluntários, é possível perceber alguns traços comuns: vontade sincera de ajudar, de minimizar o sofrimento alheio, desejo de contribuir para que o mundo seja um lugar melhor, mais justo, mais humano.
Ao questionarmos o que essas pessoas esperam receber em troca de tanta dedicação e empenho, a resposta vem quase sempre da mesma forma:
A recompensa é ver o outro bem, é saber que ajudamos a diminuir o sofrimento do próximo, atendendo, mesmo que um pouquinho só, suas necessidades.
Há quem diga: não espero nada. Faço porque gosto, somente isso.
Voluntários agem movidos pelo amor. Não esperam retribuição alguma. Sentem satisfação em poder fazer algo de bom. Fazer o bem pelo bem.
O trabalho voluntário não é egoico. Não é focado em si mesmo. O importante é o outro, não o eu.
Olhar para o outro, sem se importar consigo e deixando de lado seus problemas, é uma forma de aprender a lidar com as próprias dificuldades.
Sair de si mesmo, mudar o foco, ver o outro e depois analisar o seu problema, muitas vezes, possibilita ver que esses são pequenos e simples de resolver, se comparados aos encontrados pelas estradas da vida.
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Aqueles que visamos reconhecimento ou pagamento para uma ação, seja com dinheiro, gratidão eterna, divulgação ostensiva ou qualquer outro tipo de recompensa, não podemos nos dizer voluntários. Isso porque ainda não superamos o egoísmo e o orgulho.
Não conseguimos compreender que cada vez que somos solidários com o próximo, desinteressada e verdadeiramente, somos nós que recebemos as graças do amor e do bem, acompanhados de perto por irmãos de luz.
E, acima de tudo, somos observados por aquele que mais importa, aquele que tudo vê, tudo sabe e para o qual o que pensamos e fazemos nunca passa despercebido: Deus.
Nossas ações são observadas e acompanhadas por irmãos que nos inspiram a superar nossas limitações e progredir. O amor que semeamos também nos envolve e auxilia em nossa evolução. Este é o maior e melhor pagamento.
A remuneração do voluntário é o bem maior. É saber-nos corresponsáveis pela transformação da condição humana. É espalhar uma marca positiva por onde passamos. Uma marca que não estará estampada em jornais, nem será propagada nos noticiários.
Marca essa que nenhum ser humano poderá ver, mas ficará gravada em luz no coração e na alma e, permanecerá a iluminar o nosso caminho.
Então, quando olharmos para trás, vendo tudo o que fizemos, nos sentiremos inundar por um sentimento de paz, felizes com a forma com que vivemos e com tudo que realizamos, em nome do amor.
Redação do Momento Espírita.
Em 9.3.2016.
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