Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Um olhar aos invisíveis

Você acredita no invisível?

Há aqueles que afirmam depositar sua confiança somente naquilo que enxergam os olhos, que as mãos tocam e que ouvem os ouvidos.

Todavia, são irrefutáveis as provas científicas de que há uma gama de seres em nosso entorno, invisível aos nossos olhos e sentidos primários mas que, em relação constante conosco, exerce pleno exercício de influenciação sobre o nosso cotidiano.

Tal é o caso, por exemplo, do universo microscópico. Seres uni e multicelulares que, sem que os possamos enxergar, são responsáveis por uma série de reações bioquímicas em nosso organismo.

A verdade é que o invisível existe. Todavia, se aperfeiçoarmos nosso olhar, ele pode tornar-se visível. Para tal, a boa vontade, o amor, a caridade, o bem...

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Somos todos invisíveis. Nossa presença não faz diferença para ninguém, apenas para aqueles que passam por nós e sentem medo ou raiva.

Acham que todos somos ociosos, mas estão enganados. Eu sou um homem de bem, de família, estou aqui de passagem.

Foram estas as palavras concedidas a um jornalista de um famoso periódico de circulação nacional, por um homem que vive nas ruas há dois anos, em mendicância.

Por vergonha, ele preferiu não se identificar.

Outros moradores de rua tiveram coragem de contar ao jornal os motivos que os levaram a viver sob as marquises, sem amparo de um amigo, da família e até mesmo do poder público.

São os invisíveis sociais.

São moradores de rua, catadores de papel. São garis, faxineiras, porteiros, jardineiros, pedreiros, ascensoristas e tantos outros.

Irmãos nossos, espíritos em evolução, seres humanos com histórias de vida, sentimentos, fragilidades, aspirações, ideais, sonhos e que, na grande maioria das vezes, são simplesmente ignorados, como se não existissem.

Durante seu doutorado, como parte do estágio de uma das disciplinas que cursava, o psicólogo Fernando Braga da Costa resolveu acompanhar a rotina dos garis da Universidade de São Paulo.

Em sua experiência, ele relata que, ao vestir o uniforme desse profissional, não conseguiu ser reconhecido nem mesmo por seus professores e colegas de curso.

Isto não significa que fui menosprezado ou rejeitado, afirmou o psicólogo. Era pior: simplesmente eu não estava lá. As pessoas não me viam, não olhavam para mim. Era como não ser.

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Você acredita no invisível?

Acredita que existem milhões de pessoas, em todo o mundo, que são invisíveis?

Um bom dia, um sorriso, um aperto de mão, um olá, tudo bem? são formas de materializá-las e torná-las tangíveis, dignificando-as e exaltando a criatura humana, em detrimento de nossos preconceitos e egoísmo.

Lembremo-nos: o Maior de nossos Mestres nasceu em uma manjedoura, filho de um carpinteiro e de uma singela dona de casa.

Conviveu com os pobres, os sofredores e doentes, entre aqueles que a sociedade marginalizava. Esteve com esses invisíveis e, no meio deles plantou a Boa Nova, alterando o curso da Humanidade.

Jesus, o Cristo Divino, deu voz aos que não eram ouvidos, deu voto aos que não tinham vez, deu visibilidade aos que não eram vistos, amou os que não eram amados.

Pensemos nisso e façamos como Ele.

 

Redação do Momento Espírita, com base em reportagem  do site http://g1.globo.com
 e experiência relatada no  http://invisibilidadesocial2010.blogspot.com, ambos
acessados em 4.11.2015.
Em 29.2.2016.

 

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