O que é o amor?
De um modo geral, amamos a quem nos ama, a pessoa que sorri nas manhãs e nos segura a mão, na noite das amarguras.
Amamos os filhos, carne da nossa carne. E aqueloutros, filhos do coração, que nasceram alhures e os fomos resgatar para lhes ofertar a dádiva de nós mesmos.
Amamos os familiares. Dividimos afeições com amigos da infância, da juventude, dos tempos atuais. Ofertamos afeto a colegas de trabalho com os quais ombreamos dificuldades e compartilhamos os sucessos.
Quando, no entanto, a barca do matrimônio sofre avarias e acontecem as separações, é comum haver mágoas de um lado ou de outro. Ou de ambos.
Como cada qual, ao se consorciar, idealizou o melhor para si naquele relacionamento, quando a separação se faz, o que era dedicação se transforma em desavença, o que era interesse se dilui em uma raiva surda.
Isso porque, de um modo geral, quando a infelicidade nos alcança, costumamos culpar os outros por ela, não cogitando que uma parcela dos dissabores nos cabe.
Juntos idealizamos um conto de fadas. Juntos, não o conseguimos construir e manter.
Há, no entanto, casais que se separam, de forma cordial e conseguem manter um bom relacionamento. Alguns, vão além do respeito para com o novo cônjuge do outro, ofertando amizade.
Isso porque, quando existem filhos, é comum surgirem as figuras do padrasto ou da madrasta, que assumem, em muitas horas, pela convivência mais próxima, o papel de pai ou mãe.
A cena inusitada, ocorrida no casamento de Brittany Pack, de vinte e um anos, em Ohio, nos Estados Unidos, fala desse reconhecimento de um pai pelo padrasto de sua filha.
Todd Bachman comoveu os familiares e todos os internautas, ao redor do mundo, com sua atitude, depois que a fotógrafa Delia postou as fotos, no facebook.
Durante o cerimonial em que conduzia sua filha para entregá-la às mãos do noivo, teve uma atitude emocionante.
Interrompeu a sua marcha, foi até o padrasto da filha e o tomou pela mão.
Depois, juntos, caminharam com Brittany até a frente do altar, em que se realizaria a cerimônia.
Assim, a jovem foi acompanhada por quem lhe dera a vida física e por quem, por anos, a sustentara, muito de perto, cuidando de sua saúde, levando-a para a escola, vivenciando, enfim, seu dia a dia.
O padrasto, Todd Cendrosky, emocionou-se às lágrimas e, ao ser entrevistado, disse: Quando Todd pegou a minha mão, e me permitiu dividir a caminhada com ele, foi o melhor momento da minha vida.
O pai da jovem explicou que reconhecia que o padrasto fazia parte da vida de sua filha e por isso, achava justo que ele estivesse ao lado dela, naquele momento especial.
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Amor é isso. Vai muito além de dizer: Eu te amo. Vai além de oferecer presentes, de estar ao lado, de participar de momentos agradáveis e desagradáveis.
Amor quer dizer, também, se preocupar com os sentimentos do outro. E, nesse caso, um pai desprendido pensou no dilema de sua filha que, se o amava, também amava àquele que, de mais perto, lhe acompanhara os sucessos e insucessos, a cada dia.
Amor, extraordinário sentimento que traduz vida plena, rica. Vida de gestos inusitados, de atitudes altruístas, de emoção e alegrias surpreendentes.
Redação do Momento Espírita, com base em
nota do site www.globo.com, de 30.9.2015.
Em 25.2.2016.
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