Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Mães e filhos

Sempre soube que ela era importante para mim.

Só não sabia o quanto ela era realmente valiosa e especial.

Sempre imaginei que, se um dia ela me faltasse, eu sentiria sua falta.

Mas nunca calculei o que sua falta verdadeiramente representaria para mim.

Sempre me disseram que amor de mãe é algo diferente, sublime, quase divino.

Sempre me disseram tantas coisas a respeito desse relacionamento: mães e filhos.

Tanto disseram, mas foi pouco o que eu ouvi e entendi sobre isso.

Banalizei. Não acreditei.

Até o dia em que ela se foi.

Era uma tarde de final de primavera.

O vento brando soprava e, em minha casa, não havia a mais leve suspeita da dor que se avizinhava.

De repente, a notícia. Mas não poderia ser verdade.

Não, Deus não permitiria que as mães morressem.

Não assim. Não a minha.

Engano meu. Era verdade.

A verdade mais cruel e mais dura que meu coração precisou encarar, enfrentar, suportar.

Ela partiu sem me dizer adeus, sem me dar mais um abraço, mais um beijo, sem me pegar no colo pela última vez, sem me dizer como fazer para prosseguir só...

Simplesmente partiu. E uma ferida no meu peito se abriu.

Ferida que não cicatriza, que não sara, que não passa.

É a falta que ela me faz.

É minha tristeza por querer seu aconchego mais uma vez, seu consolo, sua orientação segura.

Querer seu cafuné antes do meu adormecer, sua voz antes do meu despertar.

Sua presença silenciosa em meus momentos de angústia, sua mão amiga a me amparar e confortar.

Querer outra vez ouvir seu sussurro baixinho me dizendo que tudo vai dar certo e que tudo vai acabar bem.

É uma saudade que aperta meu coração e me faz derramar lágrimas às escondidas.

É uma dor de arrependimento por todas as malcriações que fiz, pelas palavras atravessadas e rudes que lhe disse.

Arrependimento porque agora sei que mãe é mesmo alguém muito especial e porque me dou conta de que os filhos só percebem isso muito tarde.

Tarde demais, como eu.

*   *   *

A morte é um afastamento temporário entre os seres que habitam planos diversos da vida.

Embora saibamos disso, é compreensível a dor que atinge aqueles que se veem afastados de seus amores pela ocorrência da morte.

Muitas vezes essa angústia decorre do arrependimento pelas condutas equivocadas que os feriram, ou por não demonstrar o verdadeiro afeto que sentíamos por aqueles que partiram.

Às vezes são as mães que partem, outras são os filhos, ou os pais, os amigos ...

E tantas coisas deixam de ser ditas, de serem feitas, de serem vividas...

Pensemos nisso: a vida é marcada por acontecimentos inesperados que a transformam, muitas vezes, de modo irreversível.

Cuidemos de nossos amores porque, embora eles sejam para sempre, poderão não estar sempre ao nosso lado.

Redação do Momento Espírita, com
base em texto de autoria ignorada.
Em 22.12.2015.

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