Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Nova visão de vida

Marlise acordou no meio da noite com o troar da tempestade que começava a desabar.

O vento assobiava nas frestas da veneziana.

Olhou através da vidraça e as árvores balançavam freneticamente, parecendo que se dobrariam ao chão.

Raios caíam seguidamente, acompanhados dos estrondosos trovões, formando uma fanfarra de sons incríveis.

Ela pensou nas crianças e se dirigiu rapidamente para o quarto ao lado, para que elas, caso acordassem, não sentissem medo.

Abriu silenciosamente a porta, e pé ante pé, foi entrando no quarto, quando escutou as vozes infantis...

Deu mais uns passos e observou Maria Júlia e Carlos Eduardo, de mãos dadas, no tapete, próximos à cama do menino.

Marlise parou e ficou em silêncio, ouvindo o que diziam:

Papai do céu, tem dó das pessoas que não têm casa, das que têm casa onde entra chuva, das que perdem as casas, porque elas caem com o vento forte.

Papai do céu, protege as criancinhas que estão com frio.

Ajuda aquelas que não tiveram comida hoje.

Que o anjinho da guarda abrace os pequenos que têm medo da chuva, do raio e do trovão.

Com as lágrimas banhando o rosto, ela andou devagarinho até junto dos filhos.

Quando eles disseram Assim seja, ela continuou, para surpresa deles, que não a haviam notado:

Papai do céu, abençoa estes filhos tão especiais, que o Senhor me deu.

*   *   *

Família, filhos, amores queridos que Deus nos dá, no decorrer da nossa vida na Terra.

Família, ninho abençoado onde recebemos as almas que deverão aprender juntamente conosco as sagradas lições de amor, que Jesus nos ensinou.

Filhos, seres que Deus nos empresta para que aprendamos com eles, ou façamos deles seres melhores.

Nossos filhos, empréstimos do céu, para nova chance de progresso na vida.

Deus no-los concede e no-los retira, segundo leis sábias e justas.

Desde o primeiro contato com eles, devemos lhes propiciar o que de melhor possuímos, para fazê-los felizes.

Felicidade que deve se constituir de crescimento moral e espiritual, além do conhecimento geral. Nunca nos descuidando da educação, no sentido de bons costumes, evolução moral e ética. Essa é, essencialmente, tarefa nossa.

A escola, em qualquer nível e âmbito, se incumbirá da instrução propriamente dita.

Atualmente, nossas crianças nos têm surpreendido com seus pensamentos e atitudes.

Intelectualmente, principalmente quando se trata de lidar com as novas tecnologias, chegam a assustar com a presteza em aprender.

Moralmente, muitas já trazem crescimentos que nos surpreendem, pelos conceitos que externam.

Todos, na Terra, muito temos a aprender.

Ainda há em nós, erva daninha a ser extirpada do coração, do pensamento, da fala, e dos nossos atos.

*   *   *

Filhos - se trazem o que ensinar, aprendamos com eles. Se temos que orientá-los, não deixemos para depois.

Sirvamo-nos da oportunidade que Deus Pai nos concede. Façamos uso dessa nova visão de vida.

Redação do Momento Espírita.
Em 15.2.2016.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998