Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Amor conjugal

O grande rei dos persas, Ciro, durante uma de suas campanhas guerreiras, dominou o exército da Líbia e aprisionou um príncipe.

Levado à presença do conquistador, ajoelhou-se perante ele o príncipe, e assim também os seus filhos e sua esposa. Os soldados vencedores, os generais da batalha, ministros e toda uma corte se juntou para tomar conhecimento da sentença real.

O rei persa coçou o queixo, olhou longamente para aquela família à sua frente, à espera de sua decisão e perguntou ao nobre pai de família:

Se eu te disser que te concederei a liberdade, o que poderias me oferecer em troca?

Rapidamente respondeu o prisioneiro:

Metade do meu reino.

Ciro continuou, paciente, a interrogar:

E se eu te oferecer a liberdade dos teus filhos, que me darás?

Ainda rápido, tornou a responder: A outra metade do meu reino.

Ainda calmo, o conquistador lhe lançou a terceira pergunta:

E o que me darás, então, em troca da vida de tua esposa?

O príncipe sentiu o coração pulsar rapidamente no peito, parecendo arrebentar a musculatura. O sangue lhe subiu ao rosto, as pernas fraquejaram.

Reconhecia que, no anseio da liberdade dos seus, tinha oferecido tudo, sem se recordar da companheira de tantos anos, sua esposa e mãe dos seus filhos.

Foi só um momento mas para todos pareceu uma eternidade. Um sussurro crescente tomou conta do ambiente, pois cada qual ficou a imaginar o que faria agora o vencido.

Após aquele momento fugaz, ele tornou a erguer a cabeça e com voz firme, clara, que ressoou em todo o salão, disse:

Alteza, entrego a mim mesmo pela liberdade de minha esposa.

O grande rei ficou surpreso com a resposta e decidiu conceder a liberdade para toda a família.

De retorno para casa, o príncipe tomou da mão da esposa, beijou-a com carinho e lhe perguntou se ela havia observado como era serena e altiva a fisionomia do monarca persa.

Não, disse ela. Não observei. Durante todo o tempo os meus olhos ficaram fixos naquele que estava disposto a dar a sua própria vida pela minha liberdade.

*   *   *

Para quem ama, não há limites na doação. Quando dois seres se amam verdadeiramente dão origem a outras vidas e as alimentam, enquanto eles mesmos um ao outro sustentam, na jornada dos dissabores e das lutas.

O amor conjugal é, dentre as formas de amor, um dos exercícios do amor que requerem respeito, paciência e dedicação. Solidifica-se através dos anos e tanto mais se aprofunda quanto mais intensas se fazem as lutas e as conquistas de vitórias.

Para os que se amam profundamente não há lutas impossíveis, não existem batalhas que não possam ser vencidas.

*   *   *

Em todos os departamentos do Universo existe a mensagem do amor, que é o estágio mais elevado do sentimento.

O homem somente atinge a plenitude quando ama. Enquanto procura ser amado, sofre infância emocional.

Por isso, o importante é amar, mesmo que não se receba a recíproca do ser amado. O que é essencial é amar, sem solicitação.

Redação do Momento Espírita, com base no conto
Olhando só para ele, do livro Lendas do céu e da Terra,
de Malba Tahan, ed. Record e  pensamentos finais do cap. 2,
do livro
Convites da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 28.1.2016.

 

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