O extraordinário Houdini, que encantava plateias com as suas ousadas fugas e desafios, foi um instrumento a favor da mediunidade.
Ficou conhecido pelo seu afã em desmascarar falsos médiuns e mistificadores.
Poucos talvez saibam de sua crença em Deus e sua fé na Providência Divina.
Num de seus grandes desafios, quando em visita ao Canadá, permitiu-se algemar, ser preso por correntes e cadeados e colocado dentro de um saco.
Dessa forma, foi jogado no congelado rio São Lourenço, para o que se providenciou um buraco no gelo.
Tão logo mergulhou nas gélidas águas, Houdini se desvencilhou das algemas, das correntes, dos cadeados, saindo do saco em que estava encerrado.
Na tentativa de retornar, com rapidez à superfície, descobriu que, ao idealizar o desafio, não contara com a correnteza que o levara distante do único orifício existente no grande rio gelado.
Como a pedra de gelo se forma um pouco acima da água, inclinou a cabeça para trás e respirou.
Quase sem suportar a temperatura da água, ciente de que precisava sair logo do rio, Houdini ouviu uma voz.
Era a inconfundível voz de sua mãe, que o chamava repetidas vezes, na doce inflexão que imprimia ao seu nome, no dialeto russo.
Houdini! Houdini!
A voz vinha do orifício e seguindo-a, ei-lo a salvo.
Cumprimentos. Salvas de palmas. Gritos de alegria. Mais um desafio vencido.
Sem nada dizer do que lhe acontecera, Houdini rumou para sua casa.
Mal chegara e recebe um telegrama. Algumas horas antes sua mãe desencarnara.
Grande foi o baque para o artista que passaria, dali em diante, a fazer tentativas, junto a vários médiuns, para se comunicar com ela.
Anos mais tarde, num ensaio biográfico, a esposa de Houdini teve oportunidade de afirmar, referindo-se especialmente ao episódio no Canadá:
Estamos todos sob a proteção de Deus. Nenhum mal nos pode fazer mal porque ele está conosco. A mão de Deus sempre está regendo as nossas vidas. E se manifesta de muitas e variadas formas.
* * *
O Mestre de Nazaré, lecionando sobre o cuidado de Deus para conosco, discursou a respeito das aves do céu que não semeiam, nem ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, e são sustentadas pelo Pai Celeste.
O Evangelista Mateus anotou em seu capítulo seis: Porventura não sois vós muito mais do que elas?
Considerai como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham, nem fiam.
E digo-vos todavia que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu jamais como um deles.
Se pois Deus veste assim uma erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé.
* * *
Deus permanece nos guiando e fortalecendo para o objetivo feliz.
Ele é o fulcro gerador de poder, em torno do qual tudo e todos gravitam.
Deus permanece sempre guiando-nos e fortalecendo-nos para o final feliz.
Ele está conosco, mesmo quando O esqueçamos.
Ele se revela através dos homens, dos Espíritos, de todos os que se importam conosco.
Descubramo-lO pois que Ele permanece conosco.
Redação do Momento Espírita, com base em história narrada
por Divaldo Pereira Franco, na palestra Passes e curas e no
cap. 27, do livro Filho de Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
ed. LEAL.
Em 17.12.2015.
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