Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Castigo ou escolha?

A grande maioria dos homens desconhece a si próprio.

Julga e culpa os demais, por tudo o que lhes acontece.

Nem Deus se livra dos vis julgamentos.

É comum os que são orgulhosos atribuírem à fatalidade e a Deus, as desditas que lhes sobrevêm na vida.

Mas, o mais certo seria se todos os que sofrem desgostos e dificuldades, vasculhassem os próprios atos.

Possivelmente encontrariam aí a causa das muitas desditas que os ferem.

Nem haveria necessidade de remontar a existências passadas para explicar o sofrimento atual.

*   *   *

Onofre contava com apenas dezessete anos, quando engravidou Marlene.

Quando soube que seria pai, simplesmente deixou a cidade para não voltar mais.

Dona Dora, sua mãe, que era doente e dependia de sua ajuda para sobreviver, ficou ao desamparo.

Passados alguns anos, ele pensou em construir seu lar. Casou-se, mas não teve a ventura de ser pai.

Onofre se fazia de vítima, culpava a companheira pela sua infelicidade.

Começou a beber, de desgosto, dizia.

Com o tempo deixou de voltar para o lar. Vivia na rua.

A esposa optou por mudar de cidade, dedicar-se a uma atividade profissional e cuidar da própria vida.

Vinte anos se passaram.

Recolhido a um asilo de idosos, Onofre, enfermo, continuava reclamando da sorte.

Deus não me ama. Deus me despreza.

E enumerava o que dizia serem as suas desgraças: Deus não lhe permitira ser pai. Se tivesse um filho, ele o atenderia na sua velhice e enfermidade.

Não tinha mãe, nem mulher, nem amigos com quem contar.

Estava abandonado e desprezado por todos.

O que estou passando é a pior fatalidade para um homem. – Dizia. - Deve ser castigo divino. Deus está me punindo por algo que fiz em uma outra vida. Devo ter errado muito num passado distante.

*   *   *

A nossa estadia na Terra é um sagrado presente que Deus nos concede, para crescermos em sabedoria e amor.

Por essa razão, a vida é uma grande escola, na qual somos matriculados ao nascer e onde todas as ocorrências que nos surgem são lições indispensáveis para nosso crescimento.

Portanto, se tudo na vida nos põe à frente de uma lição, de uma prova, ou de uma expiação, é preciso concluir que toda lição útil precisa ser experienciada devidamente, reprisada, até aprendermos.

Dessa forma, as provas servem para testificar se realmente assimilamos a lição.

A expiação representa a repetição da lição para correção da tarefa equivocada ou mal executada.

Como um aluno no colégio, se assimilamos o conteúdo do ano letivo, passamos para o ciclo seguinte.

Se não aprendemos, reprovamos.

Frente à vida, todo o compromisso que provocamos é responsabilidade nossa.

Todo abandono cometido, com aqueles que confiaram em nós, é débito espalhado.

Todo vício praticado é prejuízo que causamos a nós mesmos.

Toda vitimização que encenamos é atraso na caminhada.

Deus nos dá o livre-arbítrio para escolhermos o que desejamos.

Nossa consciência é quem nos ajuiza.

E, de nossas vidas, somos nós os construtores.

Por tudo isso, saibamos valorizar as oportunidades.

Redação do Momento Espírita.
Em 28.11.2015.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998