Quem parte leva saudades de alguém, que fica chorando de dor.
Por isso, não quero lembrar quando partiu meu grande amor.
Os versos da canção ilustram perfeitamente a dor da saudade.
Ainda se faz de intenso sofrimento a partida dos amores da vida física.
Se dói a saudade de alguém que se ausentou por motivo de viagem, estudos em outras localidades, questões profissionais, nem se pode aquilatar a daqueles que ficam amargando a ausência de quem realizou a última viagem, nesta reencarnação.
Não adianta tentar explicar o porquê da dor tão profunda.
Ele era muito jovem, tinha toda a vida pela frente. – Dirá um pai desolado.
Era apenas um bebê. – Lamentará a mãe chorosa.
Era um pai tão companheiro, meu grande incentivador. – Queixar-se-á o órfão.
Vovó tinha tanto a nos ensinar. Suas experiências enchiam nossas vidas. – Falarão os netos.
Isso equivale a dizer que, embora a única e fatal certeza da vida seja a morte, os que vivemos neste planeta ainda não nos habituamos a ela.
Toda vez que ela se apresenta, nos dizemos surpresos. Nunca a aguardamos.
Gozemos de saúde perfeita ou sejamos portadores de alguma enfermidade, ainda e sempre nos comportamos como quem foi tomado de surpresa com a chegada da megera.
Por isso, mesmo as horas que se seguem às notícias de morte são pintadas com tintas negras. E véus igualmente negros se estendem por sobre todas as cabeças.
O que deveria ser a celebração de uma passagem pura e simples para outro plano toma aspectos lúgubres e, quando a pessoa não tem suporte religioso de ordem alguma, o desespero se faz presente.
Seria importante que nos preparássemos de melhor forma para a inevitável morte.
Honrar a vida na Terra, sorvê-la em todos os parâmetros, realizar tudo o que nos seja possível em termos de bem, angariar todo o saber viável nos anos vividos, mas, igualmente, refletir que, em algum momento, poderemos ser transportados para a outra dimensão, a espiritual.
E, dessa forma, nos prepararmos para essa outra realidade. Isso para que nós mesmos, os que partamos, não nos perturbemos com as coisas que até há pouco nos constituíam preocupação.
Nem perturbemos os familiares, na qualidade de Espíritos, ficando a lhes insuflar ideias confusas ou tentando lhes transmitir nossas vontades, nunca antes expressadas.
Sábios seremos se, enquanto na carne, tomarmos todas as providências que permitam menos transtornos para os que sobrevivam à nossa morte.
Por vezes, ante a dor da separação, ainda fica uma enorme soma de problemas a ser solucionada. Muitos deles que poderiam ser evitados, se tivesse havido informação prévia acerca de haveres, débitos e créditos.
E, se situações materiais devem ser pensadas por nós, com antecedência, que não se dizer das questões que têm a ver com o coração, os sentimentos!
Quantos melindres, quantos desentendimentos poderiam não ter acontecido se pensássemos: Hoje pode ser o último dia que desfruto dessa companhia. Então, a desejo usufruir da melhor forma possível.
Isso vale para não se arrepender depois, tanto quanto para ter algo agradável, aconchegante para recordar nos dias de saudade.
Pensemos nisso. O tempo urge. Quem sabe quando se dará nossa partida?!
Redação do Momento Espírita.
Em 26.11.2015.
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