Agostinho de Hipona, mais conhecido como Santo Agostinho, um dos grandes pensadores do Cristianismo, escreveu certa feita:
O amor não desaparece jamais.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, continuarei sendo; me deem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste.
Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho.
* * *
Nas reflexões profundas do filósofo, constrói-se o entendimento da Imortalidade e continuidade da vida.
Como um barco que veleja num largo rio para aportar na outra margem, assim se dá a viagem para a Imortalidade, quando nos desfazemos do corpo físico.
Morrer, efetivamente, não existe. Morre o corpo, nós permanecemos.
Morre a matéria, que se transforma, se decompõe, para originar outros corpos.
Porém, nós permanecemos, carregando para o lado de lá da existência tudo aquilo que temos guardado na intimidade da mente e do coração.
Assim, a despeito do corpo físico, que aqui permanece, a vida continua e somos os mesmos.
Afinal, como alega Santo Agostinho, o fio não foi cortado.
E os que partem antes de nós não estão longe, apenas do outro lado do caminho.
Dessa forma, diferente do que comumente alegamos, não perdemos ninguém.
Os amores que nos antecedem, não se perderam, apenas estão no outro lado da margem.
De forma alguma faz algum sentido afirmar, como costumeiramente fazemos: Perdi meu pai, perdi meu companheiro.
Eles vivem na mesma intensidade e mais plenamente que nós, que ainda permanecemos vinculados a um corpo físico.
Afinal, não somos o corpo que habitamos.
Este é apenas morada momentânea, a fim de nos dar oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal.
Quando a Providência Divina entender ser o melhor momento, o deixaremos, para retornarmos para casa, para o mundo espiritual.
O desvincular-se do corpo físico é retorno para casa, é voltar para o mundo do Criador, deixando o mundo das criaturas, como afirma Santo Agostinho.
* * *
Nos momentos de tristeza e dor, utilizemos a prece, a oração, como ferramenta de apoio e consolo.
Quanto aos nossos amores, estaremos sempre vinculados a eles pelo pensamento e pelo sentimento.
Orar por eles, lembrar deles com ternura, carinho, reconhecimento, é o maior presente que podemos lhes oferecer, enquanto a distância nos impede o encontro.
E na saudade, lembremos do grande pensador de Hipona:
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Afinal, o amor não desaparece jamais.
Redação do Momento Espírita.
Em 17.11.2015.
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