Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Amizade para sempre

Até onde vai a amizade? Qual a sua exata dimensão?

Dizem que o amor é eterno. E a amizade?

Quando a morte chega e arrebata o amigo, como fica o sentimento?

Sete adolescentes, na China, há anos exemplificam o poder e a abrangência da amizade.

O amigo Zhang foi diagnosticado com leucemia, em 2001. Seus sete companheiros passaram a ir frequentemente à sua casa, para lhe oferecer apoio e à sua mãe.

Quando Zhang se foi, levado pela morte, o inusitado aconteceu. A tristeza vestiu de crepe o coração materno. Entretanto, os amigos continuaram a voltar para a casa dela. Todos se comprometeram a cuidá-la, como se fosse sua própria mãe.

E eles encheram a casa de alegria. O tempo transcorreu, os garotos se transformaram em homens e deram continuidade às suas vidas.

Formaram-se na Faculdade, criaram suas próprias famílias, sem nunca deixar de cuidar de Sheng, a mãe do amigo desencarnado, com visitas frequentes e regulares.

Um deles estabeleceu o ritual de uma visita toda semana. Em certo dia, em que um terremoto abalou a cidade, Sheng se trancou no apartamento. O medo a abraçou, depois um verdadeiro terror a dominou.

O barulho era ensurdecedor e ela foi para a cama. Então, o amigo dedicado apareceu na porta. Sua voz calma se fez ouvir: Mãe, eu estou aqui…

E a levou para fora. O resto daquela noite foi passado no carro do rapaz, com a família dele.

Atenção, carinho é o que não falta para aquela mulher. E são sete, não somente um a oferecê-los.

Em 2010, os sete amigos se tornaram seus afilhados e quando o governo pediu o apartamento para relocar Sheng em um novo prédio, a ação dos rapazes foi imediata.

Uniram-se, cotizaram-se para ajudar na reforma da nova casa.

Onze anos se passaram desde a morte do filho. Mas Sheng vive com a certeza de que seus afilhados tomarão conta dela.

É nossa responsabilidade, afirmam. Continuaremos cuidando dela.

*   *   *

Gestos como esse nos dizem da importância da verdadeira amizade. A que não se fixa, unicamente, no amigo, mas se estende aos seus afetos.

Amizade que perdura, mesmo após a morte carnal e é cultuada como compromisso a quem ficou, triste e só, de coração ferido, uma solitária mãe.

Resistente amizade. Sentimento que nos diz do quanto muitos de nós já nos encontramos na conjugação exata do verbo amar.

Conjugação que iniciou no passado, quando se estabeleceu o encontro primeiro e se selou a amizade. Tempo pretérito perfeito, imperfeito, mais que perfeito.

Conjugação que prossegue no tempo presente, todo dia, exatamente como a bênção da vida que se renova a cada alvorecer.

Finalmente, conjugação que se faz alvissareira para o futuro...

Amor que se conjuga, enfim, em todos os tempos.

Uma mãe perdeu um filho. Chorou.

Uma mãe ganhou sete filhos. Sorriu.

Esta mãe sabe que nunca estará só. Tranquila, circula pela vida, agradecida ao filho que partiu para outra dimensão, por ele ter cultivado, em sua curta existência, tão bons e leais amigos.

Redação do Momento Espírita, com base em
 
http://virgula.uol.com.br/inacreditavel/curiosidades
Em 6.11.2015.

 

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