Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Meus encontros com Deus

Meus encontros com Deus, no período do colegial, eram na capela da escola, durante o recreio.

Cresci. E hoje nos reunimos em tantos outros lugares...

*   *   *

Estamos constantemente em presença da Divindade.

Não há necessidade de estar nesse ou naquele local para encontrá-lO.

O Criador não está mais para uns e menos para outros. Não tem escolhidos.

Da mesma forma, não há uma só de nossas ações que possamos subtrair ao Seu olhar.

Nosso pensamento está em contato com o Seu pensamento e é com razão que se diz que Deus lê o mais profundo do coração.

Para estender Sua solicitude às menores criaturas, Ele não tem necessidade de mergulhar Seu olhar do alto da imensidade, nem de deixar o repouso de Sua glória, pois esse repouso está em toda a parte.

Para serem ouvidas por Ele, nossas preces não necessitam transpor o espaço, nem serem ditas com voz retumbante porque, incessantemente penetrados por Ele, nossos pensamentos nEle repercutem.

Entre Ele e nós a distância foi suprimida: já compreendemos isto e este pensamento, quando a Ele nos dirigimos, aumenta a nossa confiança, porque não podemos dizer que Deus esteja muito longe e seja muito grande para se ocupar de nós.

Deus existe. Não poderíamos duvidar. É infinitamente justo e bom. E Sua essência, Sua solicitude se estende a tudo: também compreendemos isto.

Ninguém está abandonado. Ninguém deixa de receber Seus cuidados de Pai amoroso.

Incessantemente em contato com Ele, podemos orar com a certeza de sermos ouvidos.

Ele não pode querer senão o nosso bem. Por isso, devemos nEle ter confiança: eis o essencial. Para o resto, esperemos que sejamos dignos de compreendê-lO.

Amadureçamos um pouco mais. Deixemos a arrogância derreter através do conhecimento e da humildade diante Dessa Inteligência Suprema.

Espiritualizemo-nos. Sensibilizemo-nos. Apaixonemo-nos pela vida, e veremos que a compreensão de Deus virá naturalmente com os dias.

*   *   *

Hoje encontrei Deus no sorriso de minha filha.

Porém, o gesto espontâneo e luminoso não foi para mim, foi para um estranho, alguém que ela nunca havia visto antes, sentado à mesa ao lado, com o olhar distante e triste.

Pude ver o Criador nos olhos dela.

Ela acenou, como se quisesse perguntar: “Está tudo bem com você?” Em seguida lhe jogou um beijo, espontaneamente.

Certamente ele não estava bem... E Deus sabia.

No mesmo instante – instante mágico, a Divindade amorosa encontrou na mesa mais próxima um sorriso amigo, uma pequena lamparina para acender na vida daquele filho desanimado – que então sorriu, e também acenou de volta.

Hoje encontrei Deus no sorriso de minha filha... Mas o sorriso não foi para mim, foi para a dor do mundo, que ainda lateja incômoda por aí.

E, sem perceber, aquele sorrir também me fez um pouco mais feliz.

Pensando bem, acho que Ele também sorriu para mim.

E agora sorri para você.

Deus irradia sorrisos.

 

Redação do Momento Espírita, com base em Haikai (curto poema japonês);
 no poema
Deus no sorriso de minha filha, de Andrey Cechelero,
 e em trecho da
Revista Espírita, de Allan Kardec, de maio de 1866,
ed. FEB.
Em 30.10.2015.

 

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