Para os que abraçamos a doutrina cristã e nos deparamos com as orientações evangélicas, o grande desafio se chama renovação moral.
Ela exige, segundo os postulados do Mestre Jesus, normativas básicas para a sua conquista, o respeito ao direito do próximo, a sadia fraternidade, a sujeição às leis, o trabalho edificante, o perdão das ofensas e todo um conjunto de regras baseadas no amor.
Este o grave problema. Em nós reside o homem velho, que há séculos se habituou a ter e sempre ter mais, a superar os demais pela força, a mandar.
Por isso se torna um tanto difícil a renovação, o abraçar o modelo do homem novo.
Não raras vezes, nos chocamos com as atitudes que tomamos, totalmente diversas do que pensamos, do que desejamos ser e fazer.
Isso ocorre por causa dos condicionamentos, demoradamente fixados, essa segunda natureza implantada em nossa emoção, desde muito tempo.
Na historiografia das mulheres e dos homens estoicos da fé religiosa, com raríssimas exceções, sempre ocorreram conflitos entre os ideais assumidos e as más inclinações ameaçadoras.
Francisco, o trovador de Deus, não poucas vezes sofria os efeitos do caráter duro do pai, apaixonado pelas glórias transitórias e a doce ternura da mãe, fascinada por Jesus e por João Batista.
Embora houvesse, pelo sacrifício absoluto e renúncia ímpar, resgatado os arroubos da juventude alegre e folgazã – herança do pai rico e déspota – imitando Jesus crucificado desde antes do martírio da cruz – herança da genitora afável e meiga - surpreendia-se, vez que outra, em conflito, que logo superava a esforço hercúleo.
Imitando o incomparável Mestre Jesus, deu à Humanidade o maior exemplo de fidelidade, dividindo os tempos da fé cristã em antes e depois da sua abnegada dedicação.
Dessa forma, quando nos sentirmos atraídos para o erro, apesar do esforço na conduta correta, não nos atormentemos.
Fixemo-nos no ideal abraçado. Quando venhamos a nos sentir fragilizados ante as facilidades para uma existência prazenteira, em detrimento da austeridade e do equilíbrio, consideremos que as sensações logo passam, enquanto as emoções superiores nos proporcionarão incessantes alegrias de paz e bem-estar.
Não nos perturbemos pelo fato de, apesar dos esforços para o comportamento saudável e nobre, sentirmos os impulsos quase irresistíveis das más inclinações.
Somos humanos, estamos sob o jugo do fardo carnal. Apesar de tudo proceder do Espírito que somos, o impositivo orgânico exerce vigorosa pressão para a satisfação dos desejos acumulados.
Nesses momentos, utilizemos a oração como mecanismo de resistência e rompamos as amarras com o passado. Isso nos permitirá sentir as encantadoras emoções que vivenciaremos para sempre.
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O conflito de comportamento, ante o que se tem vivido, e aquele a que se aspira, faz parte do processo de crescimento e de equilíbrio espiritual, que é fundamental à vida feliz.
Avancemos com segurança pela trilha nova e, a cada passo, mais próximo estaremos da meta buscada: o reino dos céus, que está se instalando em nosso coração.
Redação do Momento Espírita, com base na mensagem
Comportamento conflitante, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
de 17 de setembro de 2014, no Centro Espírita Caminho
da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 14.10.2015.
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