Pai, quando eu crescer quero ser jogador de futebol!
Mãe, quando eu for adulto quero ser criador de jogos de video game!
Ao ouvir expressões como estas, bastante comuns a partir de certa idade, alguns pais começam a se preocupar, principalmente se não foi isso que imaginaram para o futuro de seus pequenos.
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É muito bonito e importante que, na condição de mãe ou de pai, façamos planos para a ventura dos filhos.
Isso faz parte das preocupações pater-maternais, empolgados como nos encontramos com essa bendita honra que Deus nos concedeu de pôr no mundo mais um dos Seus filhos.
É válido, contudo, que nos apercebamos de que os nossos sonhos com relação a eles não devem passar de sonhos.
Nada de fazer-lhes imposições descabidas ou inoportunas chantagens, supondo que eles terão que atender ao que vimos sonhando para a vida deles.
Nenhum problema haverá, caso dialoguemos e falemos dos nossos sonhos, sem exageros emocionais, nenhum erro existirá em ajudá-los a pensar no que almejam para a carreira profissional ou para a vida sentimental.
Porém, será uma atitude adulta, respeitosa e digna parar por aí.
Quando em tenra idade, faz parte do primeiro contato dos nossos filhos consigo mesmos, as ideias muitas vezes esdrúxulas, sonhadoras demais, a nosso ver. Porém, isso é exercício de autoconhecimento e deve ser feito livremente, sem freios dos pais.
Importantíssimo é deixar que os filhos façam escolhas, decidam, peçam sugestões ou orientações aos pais, aos professores ou a algum profissional já experimentado nas profissões que almejam.
Tudo isso, porém, sem o peso das exigências dos pais.
Jamais deveremos confundir sugestões, conjecturas e diálogos com determinações ou imposições para as vidas que não serão vividas por nós.
Afinal, há sonhos que precisam ser sonhados por nossos filhos, a fim de que eles trabalhem para convertê-los em realidade.
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Vivemos tempos novos no que diz respeito à escolha da profissão.
As opções se multiplicaram de forma inacreditável. O mercado de trabalho mudou e se transforma constantemente. As ocupações antes tidas como de grande destaque social, agora já não são mais o anelo da grande maioria.
O mundo se transforma e a educação dos filhos precisa ser repensada. Muitas das heranças que trazemos de tempos idos, vícios de conduta e de pensamento, necessitam ser renovados.
Isso não dá dinheiro. Isso não fará de você ninguém importante. - São expressões que devem ser abandonadas do nosso vocabulário e do nosso pensamento.
A vocação de cada um, através de nossas habilidades, nos insere na sociedade como peça importante de um mecanismo que precisa de todos para funcionar com perfeição.
Ser útil deve vir antes de ser rico, pois a utilidade nos faz realizados, enquanto que a riqueza não é e nunca foi condição para tal.
Precisamos sobreviver, sim, mas antes viver. Ou recordando Sócrates: O mais importante não é viver, mas sim, bem viver.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 8,
do livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito
Benedita Maria, psicografia de José Raul Teixeira,
ed. Fráter.
Em 12.10.2015.
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