Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Às vezes ela ficava assim, sem ânimo para pensar em algo que lhe preenchesse aquela sensação angustiante de vazio, que lhe invadia o peito.

Um vazio enorme e pesado, com o qual não conseguia lidar.

Deitava-se, querendo sumir através do sono, mas o sono não chegava.

Levantava-se. Pensava em ir para a frente da televisão. Mas só de imaginar a pouca atração que lhe seria oferecida, desistia, antes mesmo de ligar o aparelho.

Um trabalho manual, talvez...

Mas, qual? Para quê? Para quem?

Ler um livro interessante. Sim. Mas, qual?

Que sensação de incapacidade, de invalidez com aquele misto de angústia...

Chorar não conseguia nesses momentos. Conversar, não tinha assunto. Cantar então, nem pensar...

Oh,meu Deus!

Sim, Deus, Deus deve me entender, pensou ela um dia. Vou falar com ele.

Lembrou-se de que sua mãe a orientava para orar.

Sentou-se em sua cama e fez uma singela oração. Rogou ajuda, pediu por algo que a auxiliasse a se desvencilhar daquela angústia, daquele vazio.

E, enquanto pensava em sua própria condição, acudiu-lhe à mente a lembrança de outros tantos que poderiam estar sentindo o mesmo que ela e que, igualmente, precisavam de ajuda. E rogou a Deus por eles.

O pensamento, veloz, se reportou aos que haviam partido para a Espiritualidade: pais, irmãos, amigos. E também pediu por eles, devagar, evocando um a um, mentalmente.

Quando concluiu a prece, sentiu vontade de ouvir uma música. Selecionou um CD e as harmonias de uma trilha clássica encheram o ambiente.

Ela se pôs a ouvir e pareceu bailar na melodia. Quanto tempo escoou, não saberia dizer. Mas, um certo bem-estar a envolveu.

Mal se dera conta de que, enquanto orava por si e pelos demais, enquanto se deixava embalar pelas ondas sonoras, foi amplamente abençoada por salutares energias espirituais.

*   *   *

Ao fazermos sentidamente uma oração, atraímos energias positivas que nos equilibram as emoções, e beneficiam, igualmente, quem se nos aproxima.

Nosso anjo de guarda ou amigos espirituais encontram campo propício, graças ao canal da prece, para nos estender o socorro adequado.

Depois do dia de muitos e exaustivos atendimentos ao povo, sempre insaciável por benesses, Jesus buscava a orla marítima ou outro recanto da natureza, para dialogar com o pai.

Era o momento de seu contato mais estreito com Deus, retemperando as próprias energias.

Exatamente por conhecer o valor da prece, Jesus nos ensinou a buscar o Pai em segredo e desnudar a alma. Para nos facilitar o entendimento, legou-nos a mais bela e completa oração que se conhece na Terra, o Pai nosso.

E, como a lei é de amor, o Mestre nos ensinou a orarmos pelas próprias e pelas alheias necessidades. Pelos que se encontram na carne e pelos que realizaram a grande viagem.

Dessa forma, se o desalento tentar nos minar as forças, se a tristeza se aproximar, enlaçando-nos, recordemo-nos de acionar a prece em nosso favor.

E, reconhecendo que todos os filhos de Deus sobre a Terra somos infinitamente carentes, envolvamos nosso próximo em nossas rogativas.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 25.9.2015.

 

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