Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Sempre há tempo de corrigir

Algumas crianças dão sinais muito claros de como será a nova geração.

Uma menina de dez anos fez o pai se desculpar pelo bullying que cometia com um colega de escola.

A vítima era o americano Chad Michael, hoje com trinta e quatro anos.

Ele precisava andar ao lado de professores para não ser perturbado... Pelo fato de ser homossexual.

O time inteiro de futebol americano atormentava o garoto.

Recentemente, Chad recebeu uma mensagem muito especial através do Facebook, vinda de um de seus agressores, Louie Amundson.

A mensagem dizia:

Recentemente eu estava conversando com minha filha de dez anos sobre pessoas que praticam bullying. Ela me perguntou se eu já fiz isso com alguém, e, infelizmente, eu tive que dizer “sim”.

O que veio à minha cabeça é o quão tolo e mau eu era quando você estava no colégio. Quero me desculpar. Se morássemos no mesmo Estado eu me desculparia pessoalmente. Nem sei se você se lembra, mas eu me lembro e sinto muito.

Em entrevista ao jornal The Mirror, Chad confessou que verteu algumas lágrimas ao ler a mensagem.

Eu sofria bullying por ser diferente, por ser homossexual e ser pequeno. Eu sofria bullying por qualquer motivo que uma pessoa possa sofrer bullying. Era horrível.

Chad desejou responder a mensagem a Louie:

Estou bem comovido com isso. Obrigado. Aceito seu pedido de desculpas. Em vinte anos você foi a única pessoa a se desculpar. Espero que você possa dizer a sua filha que você se desculpou e que nós estamos bem.

É incrível o que vinte anos e filhos podem fazer com a gente, não é?

Ao comentar a resposta que recebeu, Louie disse:

Eu me senti lisonjeado, envergonhado e aliviado ao mesmo tempo. Eu devia desculpas a ele. Ele não me devia o perdão.

*   *   *

Ser devedor de alguém é ter que carregar um peso que não é nosso, que não precisaria ser transportado por nós por tanto tempo...

Temos prova disso quando sentimos o prazer, o alívio, a paz interna da libertação.

É certo que o ato de pedir desculpas não nos redime perante a lei ou perante o outro, mas é o primeiro passo rumo ao equilíbrio. É o passo do arrependimento.

Reconhecer que errou é grande vitória da humildade frente ao orgulho, que durante séculos vem sendo vencedor tantas vezes em nossos campos de batalha internos.

Reconhecer o erro é autoconhecer-se, descobrir o que não queremos mais para nós, descobrir um caminho que não vamos mais trilhar.

Reconhecer o erro é diferente de reconhecer-se errado. Não somos errados, estamos ainda acertando e errando, o que é muito diferente. Temos que nos dar novas chances sempre, chances de acertar, chances de começar de novo.

Após o erro e o arrependimento deve vir a vontade de reparar, a vontade de seguir em frente, e não o desânimo por se achar incapaz, por se achar menor.

É o processo educacional do Espírito. Não há vergonha em se equivocar. Há beleza em reconhecer seus desatinos e corrigi-los, pois sempre há tempo de corrigir.

Pensemos nisso: sempre há tempo de corrigir.

Redação do Momento Espírita, com base em reportagem
 de Gabriel Nambu, do site
Portal Vírgula, de 17.5.2015.
Em 31.8.2015.

 

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