Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Uma nave russa descontrolada está para cair sobre a Terra, informam os tabloides.

Pesando cerca de oito toneladas, um objeto enorme sobrevoa nossas cabeças e ninguém sabe ao certo onde irá desabar.

Tal notícia poderia gerar pânico, certamente, a não ser por um único detalhe: o artefato se desintegrará, totalmente, em sua reentrada na atmosfera terrestre, fazendo restar apenas alguns pequenos e inofensivos destroços quando chegar ao chão.

Isso se dá por estarmos muito bem protegidos pela densa atmosfera terrestre que, graças ao atrito que gera na reentrada em velocidade desses objetos, desintegra-os, em altíssimas temperaturas.

O ar vai se tornando mais denso à medida que a altura diminui, isto é, quanto mais perto da crosta, mais denso é o ar, e mais atrito gera.

É esse mesmo fenômeno que nos protege de meteoros e de todo lixo espacial.

A atmosfera densa da Terra desintegra os corpos em sua entrada.

*   *   *

Espiritualmente falando, o planeta Terra também é responsável pela desmaterialização das almas.

Quando na encarnação, estamos submetidos a muitas experiências, a muitas provas, a dores que vão, lentamente, nos desintegrando, isto é, retirando as camadas mais duras, mais rígidas e materiais.

Muitos de nós, para sobreviver e para seguir em frente, precisamos nos desconstruir e começar de novo. E a atmosfera espiritual da Terra propicia o campo de experiências para isso.

Renovar as ideias. Deixar de pensar como pensávamos. Deixar de agir como agíamos. Deixar de lado vícios antigos. São muitas as formas de nos desintegrarmos em vida para nos reintegrarmos, novamente, nos braços do Criador.

A reentrada na Terra nos expõe a altas temperaturas, que muitas vezes não sabemos se vamos suportar ou não. Se olharmos de perto veremos apenas uma grande bola de fogo, um incêndio.

Porém, observando à distância, numa noite escura, cada uma daquelas estrelas cadentes é, na verdade, um astro que está se tornando melhor.

A reencarnação nos proporciona essa reentrada no cenário terrestre.

Uma oportunidade sem igual para nos burilarmos, para nos reconstruirmos, para que retiremos de nós todas as carapaças, todas as estruturas espessas que fomos acumulando, ao longo dos tempos, e que nos mostremos como verdadeiramente somos. A essência, Espírito.

*   *   *

Diariamente reentram na atmosfera da Terra milhares de Espíritos, como estrelas cadentes riscando de fogo a cúpula noturna.

Renascemos muitas vezes e cada vez somos menos matéria e mais Espírito. Menos dor e mais alegria. Menos egoísmo e mais caridade.

Renascemos, também, muitas vezes, dentro da própria encarnação, cada vez que percebemos que retiramos um peso dos ombros ou deixamos de odiar, ou passamos a amar mais.

Desintegrar-se é ser mais doação e menos apego; é ser mais indulgência e menos julgamento; é ser mais perdão e menos mágoa.

Desintegrar-se...

Comecemos...

 Redação do Momento Espírita.
Em 28.7.2015.

 

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