A Organização das Nações Unidas - ONU estabeleceu que o ano de 2001 seria o Ano Internacional do Voluntariado. Concluído o ano, os comitês formados para impulsionar o trabalho voluntário e as doações em nosso país, mostraram um saldo muito positivo.
Somente em um dos Estados brasileiros, o Centro de Voluntariado foi contatado por quinze mil pessoas, que demonstraram interesse em auxiliar, de alguma forma, a alguém. Um número muito maior do que o dos últimos quatro anos somados.
E, vejamos, são quarenta Centros Voluntários no Brasil, que desejam transformar a experiência do ano em Década do Voluntariado.
Mas, não é preciso estar ligado a uma instituição para ajudar. Basta desejar dedicar seu talento e algum tempo de seu trabalho no interesse social ou comunitário.
A alvissareira notícia nos remete aos princípios evangélicos e ao convite insistente de Jesus: Amai-vos uns aos outros.
Se recuarmos na História, verificaremos que os cristãos primitivos tinham exatamente esse sentimento em seus corações. Numa época em que não havia assistência social, em que as leis ainda não beneficiavam, nem protegiam o cidadão, os cristãos eram aqueles que amparavam velhos, órfãos e crianças abandonadas.
Numa sociedade justa, ensinam os emissários espirituais, na magistral obra que é pilar básico da Doutrina Espírita, O Livro dos Espíritos, o forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.
E estamos chegando lá. Estamos nos importando com o idoso, não somente criando mecanismos que lhe permitam o alimento, a moradia, o medicamento, mas igualmente que tudo isso se dê em clima de dignidade.
Estamos nos importando com os sentimentos dessas criaturas que tanto fizeram e agora se encontram de forças diminuídas, mas ainda com possibilidades de serem e de se sentirem úteis.
Estamos nos importando com as crianças que perambulam pelas ruas, nos preocupando em lhes dar instrução através da escola, mas também amor através da ação voluntária que as recebe e lhes oferece afeto.
Estamos nos preocupando com seu lazer, com seus dias de infância, a fim de que elas cresçam em clima de menos carência e mais harmonia.
Estamos diminuindo a lista dos órfãos e abandonados, graças aos corações que se abrem para se tornarem pais e mães da carne alheia, tanto quanto humanizando as casas-lares para aqueles que não alcançam a ventura da adoção.
Em suma, estamos respirando e buscando transformar em realidade o milênio de paz que todos anelamos.
O amor está na moda. A aragem branda de Jesus invade os corações das gentes de todas as nações. Isso é bom. Isso nos dá maior confiança de que, a breve tempo, o reino de Deus se instale, em definitivo, na Terra, porque ele começa no coração de cada um.
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Determinada pesquisa revelou que um em cada cinco brasileiros adultos faz trabalhos voluntários.
Além disso, 50% deles fazem doações para instituições e 30% para pessoas.
Tudo isso nos leva a crer que o amor está na moda e que estamos descobrindo que amar faz bem para a alma e para a vida.
Redação do Momento Espírita, com base em reportagem
do dia 6.12.2001 da Folha de São Paulo; dados estatísticos
extraídos da seção Só no Brasil, da revista Seleções Reader's Digest,
de janeiro/2002 e no item 685a de O livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 16.7.2012.