Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Tia Doce

Ela era uma senhora muito compenetrada de suas obrigações familiares.

Seu marido trabalhava em uma fábrica e ela cuidava com esmero dos tesouros que Deus lhes dera: duas filhas.

Nos finais de semana, costumavam passear juntos, pelos campos, jardins, observando os pequenos animais e as flores coloridas, que chamavam a atenção das pequenas.

Porém, o rumo daquela família foi alterado pela partida do marido e pai, em um acidente.

Adaptações, acertos, mudanças foram sendo vencidas, com paciência e coragem.

Mãe e filhas mudaram sua residência para um bairro mais simples, numa casa menor, onde o aluguel era mais condizente com a situação delas.

A pensão deixada pelo marido mal dava para os gastos mais urgentes. Era preciso ser criativa, ter disposição para inovar.

Então, a viúva decidiu fazer bolos e doces para vender. No início, foi um grande desafio a conquista dos clientes. Mas, a propaganda boca a boca foi de muita ajuda.

Com o tempo ela ficou conhecida, no bairro, pela delícia de seus quitutes. Não vencia as numerosas encomendas.

Certo dia, ficou sabendo de um abrigo de crianças, que esperavam por adoção, situado próximo de onde moravam e decidiu ir visitá-lo, com as filhas.

Apaixonou-se por aqueles pequenos e, fez uma autopromessa: levaria bolos e doces todos os domingos.

E assim passou a fazer. Eram momentos felizes para o trio familiar.

Quando chegavam ao portão do abrigo, as crianças corriam a gritar: Olha a Tia Doce...

Passados alguns meses, Tia Doce resolveu adotar um dos meninos, que lhe tocara, profundamente, o coração.

Rolaram os anos. As meninas se transformaram em adultas responsáveis e assumiram o trabalho iniciado pela mãe.

O garoto resolveu estudar administração de empresas em uma faculdade pública.

Formado, ele propôs à mãe e irmãs abrirem uma confeitaria, com o especial nome de Confeitaria “Tia Doce”.

O tempo continuou a somar meses e anos. Tia Doce, um dia, partiu ao encontro do esposo, serena, certa de ter muito bem orientado os filhos.

*    *    *

Algumas pessoas, ainda hoje, comentam a generosidade dessa mulher, que levava bolos e doces para as crianças, no abrigo...

O exemplo dela contagiou a muitos que, não somente a buscaram imitar, quanto também se interessaram pela adoção de crianças.

Não são necessárias grandes posses materiais para se deixar marcas de vida exemplar na Terra. A simplicidade também deixa grandes exemplos.

A felicidade que, muitas vezes, buscamos além, nasce das pequenas atitudes generosas que tomamos frente às realidades que aqui vivemos.

Nas oportunidades que a vida nos apresenta, podemos optar por deixar sinais de amor e sabedoria, como benditas sementes que, um dia, germinarão.

Não são poucos os que, vencendo com galhardia seus problemas, fazem de suas vidas exemplos a serem seguidos.

Vivamos com alegria e disposição, e as situações que se nos apresentarem serão vencidas, mostrando a todos quanto é bom ser bom.

O bem que se faz com o coração é perene na alma dos que o recebem. Igualmente, excelente contágio para espíritos sensíveis.

Redação do Momento Espírita.
Em 22.7.2015.

 

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