Até onde pode nos levar a fé?
Se esta pergunta fosse feita a Viktor Frankl, psiquiatra judeu, ele responderia que a fé seria a ferramenta para a sobrevivência e superação da sordidez de um campo de concentração, a fim de, posteriormente, sair divulgando ao mundo essa fé no futuro e a confiança em si.
Se fosse perguntado a Divaldo Pereira Franco, sua resposta seria: Mais de trinta mil crianças amparadas, quinhentos filhos adotados, centenas de livros psicografados, dando voz à espiritualidade para esclarecer e consolar milhões de criaturas.
Se fosse dirigida a Albert Schweitzer, ele responderia: Um hospital construído e mantido no coração da África, levando saúde e informação a milhares de cidadãos.
E se a pergunta nos fosse feita?
Nenhum de nós caminha pelas estradas da vida sem carregar suas dúvidas e seus temores.
Todos trafegamos pelo mundo enfrentando dias difíceis e tormentosos.
Mesmo os mais experimentados, enfrentamos as noites escuras da alma, como escreveu São João da Cruz.
Cartas póstumas de Tereza de Calcutá mostram seus anseios, dúvidas e questionamentos.
Porém, nada disso refreou seu ímpeto, aplacou seus ideais, ou foram empecilhos para a realização de sua missão.
Dúvidas, sempre as teremos.
Não raro questionaremos os desígnios de Deus. Com frequência, nossos olhos se voltarão aos céus como a indagar ao Pai celestial: Por que comigo?
Nos embates da vida, muitas vezes, teremos profundas dúvidas se daremos conta de tantas dores e desafios.
Porém, a fé sempre nos conduzirá adiante.
Quando a razão não puder mais explicar, quando a lógica parecer não fazer sentido, a fé será a melhor condutora pelos caminhos desconhecidos que a vida nos oferecer.
Entretanto, a fé é instrumento a se construir nos dias de bonança, para ser utilizado quando as tormentas chegarem.
Somente a fé raciocinada e lúcida nos oferecerá o melhor amparo para dissipar nossas dúvidas.
Essa fé que parte das premissas de que Deus é infinitamente bom e justo, amoroso e compassivo. Essa fé nos dará a certeza de que, não importa quando e como, Ele sempre agirá com justiça e misericórdia.
Ela nos permitirá entender que as dores hoje vivenciadas são somente consequências de causas pregressas, ora adormecidas em nossas lembranças.
Essa fé nos fará ter a certeza de que Deus sempre nos coloca nos lugares onde colheremos os aprendizados de que necessitamos. E que essa colheita é apenas o resultado de um plantio anteriormente realizado.
Por isso, Francisco de Assis, o pobrezinho da Úmbria, entendia que ser instrumento da paz é também levar a fé onde haja dúvidas.
A dúvida considerada como esse desentendimento ou ignorância a respeito da bondade Divina, que gera perturbações na alma.
Assim, antes mesmo que dias desafiadores nos cheguem, construamos nossa fortaleza de fé.
Ela nos dará guarida quando as brumas da dúvida insistirem em nos assaltar o coração.
Redação do Momento Espírita.
Em 4.7.2015.
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