Dois amigos, que há muito não se viam, encontram-se no centro da cidade e resolvem tomar um cafezinho.
Conversa vai, conversa vem, Pedro diz que está terminando a construção de uma nova casa, e que logo mudará de endereço.
Tomás pensa um pouco e pergunta:
Você não se incomoda de mudar de casa?
De casa não. Porém, não suportaria, com certeza, mudar de lar...
Essa é boa. – Diz, rindo, Tomás. Você está caçoando! Foi isso mesmo que perguntei.
Acredito que você não atinou ainda que entre casa e lar existe uma grande diferença. – Fala Pedro, muito sério.
Como assim? É tudo uma coisa só!
Não, meu amigo. Casa é a construção de madeira ou de tijolos e cimento. Lar é a construção de amor, de sentimentos, amizade e ternura.
Quando construímos ou moramos em uma casa, estamos lidando com algo passageiro, porque é material e um dia termina, deteriora, vira pó...
Porém, quando construímos um sentimento de amor, carinho e amizade, estamos lidando com algo imaterial. Isso é conquista do Espírito. E o Espírito é imortal.
Tomás pensa um pouco e fala para o amigo:
Preciso começar a entender melhor essas coisas. Para mim é tudo igual. Mas, me diga, o que o levou a essa decisão, depois de tanto tempo morando naquele sobrado tão lindo?
O tempo passa, amigo, meus filhos estão na adolescência, um deles fará vestibular este ano. Minha mulher e eu adotamos duas crianças: dois irmãos, de dois e quatro anos. Precisamos de mais espaço para acomodar a todos.
A surpresa de Tomás é enorme.
Crianças de dois e quatro anos? Nossa, logo agora, com os filhos grandes, vão começar tudo de novo...
Amigo, – responde Pedro - a vida não para. O sol continua brilhando, a lua cumprindo suas fases, a máquina do tempo acelerando...
Por que nós, simples mortais, haveríamos de descansar quando ainda podemos produzir tanto?
* * *
Alguns de nós vivemos tão envolvidos nas coisas materiais que nos esquecemos da realidade maior.
Quando percebermos que somos simples viajantes, de passagem por este mundo, tudo assumirá uma nova feição.
As dificuldades enfrentadas serão analisadas com outra visão. Deixarão de serem vistas como problemas para serem encaradas como meros desafios.
A felicidade estará mais próxima de todos porque não estará alicerçada sobre objetos, produtos, coisas, mas em sentimentos e realizações espirituais.
O próximo será aquele irmão que apenas nasceu em lar diferente.
O trabalho deixará de parecer infrutífero, porque o seu preço será equivalente ao prazer de realizá-lo.
A riqueza material será vista como oportunidade de promover o progresso em benefício de todos ao nosso redor.
O conhecimento será buscado com mais disposição e os sentimentos serão valorizados como devem ser, porque aprenderemos que conhecimentos e sentimentos são as nossas asas de libertação!
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 18.6.2015.
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